MPT apura denúncias de assédio contra presidente da Caixa

MPT apura denúncias de assédio contra presidente da Caixa

Ministério Público Federal também apura caso, e Tribunal de Contas da União pediu informações ao banco


R7

Guimarães afirmou que beneficiários vão receber parcelas de R$ 300 ou R$ 600 até dezembro

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu uma investigação preliminar para apurar as denúncias de assédio sexual contra o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O Ministério Público Federal (MPF) também tem procedimento aberto para avaliar as suspeitas e o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou informações à Caixa.

As denúncias de assédio foram reveladas pelo portal Metrópoles. De acordo com a apuração, os casos teriam ocorrido com empregadas do próprio banco que se sentiram abusadas pelo economista em diferentes ocasiões, em eventos ou viagens de trabalho. O MPT soube dos relatos e abriu uma notícia de fato para analisar o que pode ser feito dentro das possibilidades dos procuradores do Trabalho.

No MPF, o caso está sob sigilo na Procuradoria da República no Distrito Federal, atualmente em fase de coleta dos depoimentos. Pedro Guimarães ainda é alvo de um processo por obrigar funcionários a fazer flexões durante o horário de trabalho, como mostram imagens divulgadas na internet.

No TCU, Ana Arraes, presidente do Tribunal, determinou que a Caixa informe quais mecanismos e procedimentos foram adotados para prevenir assédios sexual e moral. O caso será avaliado pela Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU. "O assédio no ambiente de trabalho é tema de grande relevância que precisa ser mais bem enfrentado no âmbito da administração pública, uma vez que, além dos efeitos danosos à vítima, ainda ocasiona prejuízos à instituição e à sociedade", informou a ministra, em nota.

Repercussão e defesa

Pedro Guimarães participou de evento público na manhã desta quarta-feira, em Brasília, para anúncio do Plano Safra de 2023. Ele fez um discurso breve sobre a vida pessoal, sem citar diretamente as denúncias. O presidente da Caixa agradeceu à esposa, Manuella Guimarães, que estava na plateia, pela presença e aos funcionários do banco.

"Tenho muito orgulho do trabalho de todos vocês e da maneira como sempre me pautei em toda a minha vida. Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa. São quase 20 anos juntos, dois filhos e uma vida inteira pautada pela ética."

No início da tarde, cerca de 20 funcionárias da Caixa se reuniram em frente ao edifício sede da instituição, em Brasília, para protestar contra o presidente. Em meio às repercussões do caso, membros da campanha à reeleição de Bolsonaro confirmaram ao R7 que a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, deve ser anunciada como a nova presidente da Caixa Econômica Federal.

Ao Metrópoles, o banco enviou nota informando não ter conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo. "A Caixa esclarece que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio. O banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de 'qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça'".


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