"Não tenho envolvimento nenhum com esse processo", afirma Melo sobre investigação na Smed

"Não tenho envolvimento nenhum com esse processo", afirma Melo sobre investigação na Smed

Compras realizadas pela pasta, em 2022, são alvo de operação da Polícia Civil deflagrada nesta segunda-feira

Flávia Simões

Declarações foram feitas por melo em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira

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Horas após a Polícia Civil deflagrar uma operação, incluindo quatro mandatos de prisão, na secretaria de Educação de Porto Alegre por fraudes em licitações, o prefeito, Sebastião Melo (MDB) afirmou ter "tranquilidade" sobre o assunto, alegando não ter nenhum envolvimento com o processo. "Não sou delegado de polícia, não sou promotor. Volto a dizer, se tiver alguma irregularidade, que seja punida exemplarmente", enfatizou Melo, durante coletiva de imprensa após a assinatura do processo de concessão da Carris à iniciativa privada.

Assim como em sua manifestação oficial, na rede social X, o prefeito afirmou que as investigações sobre o ocorrido começaram na prefeitura, sob sua determinação. Sobre a prisão e o afastamento de nomes envolvidos na sua gestão, Melo reforçou o sentimento de tranquilidade "tenho uma vida política que vem de vereador, vice-prefeito, deputado, sou prefeito, corretamente. Então não vou nem absolver nem acusar por antecipação. O devido processo legal vai prevalecer". O nome do prefeito não está envolvido nas investigações.

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Entenda:

A Operação Capa Dura, deflagrada pela Polícia Civil, tem como objetivo investigar supostas fraudes nas compras de livros didáticos pela Smed, em 2022, no valor de R$ 34 milhões.

As aquisições foram realizadas por meio da modalidade de adesão a ata de registro, que permite a gestão pegar 'carona' em compras já em vigor. As empresas vencedoras do certame foram a Inca Tecnologia e Sudu Inteligência Educacional, ambas ligadas ao empresário Jailson Ferreira dos Santos. A investigação aponta que as empresas teriam sido beneficiadas durante o processo de compra, por meio de direcionamento durante os processos do certame, que, inclusive, teria 'pulado etapas' necessárias na disputa a fim de favorecer as citadas.

As compras foram realizadas na gestão da ex-secretária Sônia Maria da Rosa, sob tutela do núcleo pedagógico, comandando pela servidora Michele Bartzen e com envolvimento de Mabel Vieira da Silva.

Em maio de 2022, Melo publicou um decreto que permitia que a Smed realizasse as aquisições sem o trâmite usual por meio da Diretoria de Licitações e Contratos. Questionado o porquê da permissão, durante coletiva, o prefeito afirmou ter delegado à secretária "fazer aquilo que ela pode fazer", justificando que as compras realizadas pela prefeitura foram "historicamente descentralizadas".

A compra de livros, assim como de materiais pedagógicos, telas interativas, kits de robótica e chromebooks pela Smed, foram objeto de investigação em duas CPIs (Comissões de Inquérito Parlamentar) na Câmara de Vereadores. O relatório final, no entanto, não apontou mais que problemas de logística. O responsável pela relatoria foi o vereador Mauro Pinheiro (PL), que pertence ao partido do vice-prefeito, Ricardo Gomes. Pinheiro, e agora, preside a Casa.


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