Oposição tentará alterar proposta da reforma da Previdência na CCJ

Oposição tentará alterar proposta da reforma da Previdência na CCJ

Nova proposta deverá ocorrer em torno da retirada da capitalização

AE

Ideia é retirar da proposta trechos que, para os deputados, não têm a ver com Previdência especificamente

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A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), afirmou que a oposição irá insistir na apresentação de votos em separado ao relatório apresentado pelo deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) à proposta de reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Um dos pontos que devem ser atacados é o da capitalização. "Vamos insistir, porque a capitalização, que é a poupança individual nos bancos, é absolutamente inconstitucional porque ela é uma alternativa ao sistema atual de solidariedade. Ela não é uma previdência complementar, é uma alternativa ao sistema atual. Vamos insistir para suprimir a capitalização já na CCJ", disse.

De acordo com a deputada, outros pontos também serão questionados, inclusive com o apoio de partidos de centro. A ideia é retirar da proposta trechos que, para os deputados, não têm a ver com Previdência especificamente. Dentre os pontos estão a possibilidade de se alterar a idade máxima dos ministros no Supremo Tribunal Federal via lei complementar, e o fim da multa de 40% que empresas têm que pagar do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a demissão sem justa causa quando o trabalhador já for aposentado, além da retirada do BPC e das mudanças na aposentadoria rural.

"Tem vários itens da proposta que os partidos de centro não concordam em manter. Estamos tentando pontos de identidade para buscar o apoio de partidos para além da esquerda e para além da oposição", disse Feghali.

A oposição também aposta no esvaziamento da CCJ nesta quarta-feira, para segurar a votação da proposta da reforma da Previdência nesta semana. De acordo com Feghali, caso haja esvaziamento da lista e a votação comece, a oposição usará todo o "kit obstrução". "Dificilmente se vota hoje (terça) ou amanhã (quarta). Acho que a probabilidade é de iniciar a votação na próxima semana. Acho que é a tendência. Os deputados que já marcaram seus voos dificilmente cancelarão. E o debate, como haverá muitos votos em separado, vai se estender muito", afirmou.

O líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que foi realizada uma reunião sobre procedimentos com diversos partidos e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas não se chegou a um novo acordo. "O presidente da Casa tem pressa em votar e estamos cobrando que seja respeitado um acordo de procedimento feito com a oposição", disse. Ele também afirmou que é preciso alterar o texto na CCJ, retirando, dentre outros pontos, a capitalização da proposta. De acordo com o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), a CCJ não conseguirá votar a proposta da reforma nesta quarta. "Não aceitaram retirar esses pontos na CCJ em troca de votar amanhã. Queriam tirar FGTS, abono, idade no STF e picuinhas no meio da PEC", disse.


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