PF diz ao Supremo que houve crime de deputada que fez postagens incentivando atos de 8 de janeiro

PF diz ao Supremo que houve crime de deputada que fez postagens incentivando atos de 8 de janeiro

À época das publicações, a deputada não havia tomado posse e não tinha, portanto, imunidade parlamentar

R7

Barreira policial durante invasão de manifestantes ao Palácio do Planalto, em 8 de janeiro

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A Polícia Federal disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) cometeu crime ao supostamente incentivar, nas redes sociais, os atos extremistas de 8 de janeiro. Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se acusa ou não a parlamentar. 

"Inquirida pela Polícia Federal, a investigada reconheceu que fez a postagem questionada, mas negou que tenha participado da manifestação e pronunciado as frases que são ditas no vídeo, apresentando documentos que indicariam estar na Cidade do Rio de Janeiro no dia 08/01/2023", disse a Polícia Federal em documento no processo.

Segundo a investigação, alguns parlamentares, entre eles Waiãpi, fizeram publicações na internet antes e durante as invasões nos prédios dos Três Poderes que podem configurar incitação pública à prática de crime e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

"Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho? QUE confirma haver publicado, em sentido jornalístico de informação, a legenda Povo toma a Esplanada dos Ministério nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho", escreveu a parlamentar em uma rede social.

Postagens podem ter sido removidas

A Polícia Federal realizou nova pesquisa nas redes sociais da parlamentar para tentar identificar conteúdos e publicações com potencial de influenciar atos extremistas, mas informou ao Supremo não ter encontrado mais nada.

"Realizada em 6 de março de 2023, não indicou postagens com o intuito de convocar ou incitar pessoas contra o Estado Democrático de Direito. Contudo, a pesquisa ocorreu praticamente dois meses após os atentados, e face às poucas publicações hoje existentes, é possível que a parlamentar tenha removido algum material comprometedor", firmou a PF. A Polícia Federal disse ainda que, em 8 de janeiro, a deputada não havia tomado posse, não tendo, então imunidade parlamentar por opiniões, palavras e votos proferidos.


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