PF em Roma recebe vídeos de aeroporto com hostilidades contra Moraes

PF em Roma recebe vídeos de aeroporto com hostilidades contra Moraes

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi hostilizado por um casal

AE

Alexandre de Moraes nega pedido de liberdade de Lula

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A Adidância da Polícia Federal em Roma recebeu nesta quinta-feira os arquivos das câmeras de segurança de Fiumicino, o aeroporto internacional da capital italiana, onde, segundo investigações, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes foi hostilizado, há uma semana. A corporação agora aguarda o aval de autoridades italianas para que as gravações sejam transferidas aos investigadores no Brasil, pelo canal de cooperação jurídica internacional.

A expectativa é a de que as gravações possam ajudar a dirimir contradições identificadas nas versões dadas sobre a confusão no aeroporto de Roma envolvendo Moraes, familiares do ministro e três brasileiros suspeitos de terem hostilizado o magistrado.

Os alvos principais da investigação são o casal Andréia Munarão e Roberto Mantovani Filho, além de Alex Zanatta Bignotto, genro de Mantovani Filho. O casal teve endereços no interior paulista vasculhados pela PF na terça-feira passada,, 18, no inquérito que investiga suspeita de crimes de injúria, perseguição e desacato. As fundamentações da ordem de busca e apreensão - autorizada pela presidente do Supremo, ministra Rosa Weber - ainda não foram tornadas públicas, mas já são questionadas por constitucionalistas e criminalistas. Eles alertam que a medida pode não ter "qualquer utilidade" para o inquérito.

Versões

Antes de as gravações de Fiumicino chegarem à PF em Roma, os três suspeitos entregaram às autoridades brasileiras um vídeo da confusão na capital italiana. As imagens, segundo relato do advogado Ralph Tórtima Filho, que defende Andréia e Mantovani Filho, mostrariam Moraes xingando um dos supostos agressores de "bandido".

Ainda de acordo com o advogado, o vídeo teria sido gravado depois que o ministro se aproximou dos três investigados para retirar seu filho da confusão. Nesse momento, relatou Tórtima Filho, Moraes teria tirado uma foto do casal e de Bignotto e dito que o caso "teria consequências".

De acordo com a PF, no entanto, Andréia xingou Moraes de "bandido" e "comprado". Na sequência, o marido dela reforçou as ofensas e agrediu fisicamente o filho do ministro, um advogado de 27 anos. Além do casal, Bignotto teria dirigido à família de Moraes palavras de baixo calão.

Mantovani Filho, Andreia e Bignotto já prestaram depoimento e negaram ter hostilizado o ministro. Eles foram ouvidos na PF de Piracicaba, no interior paulista. A família reside na cidade de Santa Bárbara d'Oeste, a cerca de 30 quilômetros de Piracicaba.

Tórtima Filho disse que, no depoimento, Mantovani Filho relatou que houve um "entrevero" no aeroporto envolvendo o filho de Moraes. "Ele (Mantovani) reconheceu que houve um entrevero com um jovem. Somente quando desembarcaram e foram abordados pela Polícia Federal no aeroporto é que tomaram conhecimento de que se tratava de um filho do ministro", afirmou o advogado.

Ainda segundo o advogado, Mantovani e Andréia relataram que a confusão foi motivada por uma disputa por espaço na sala vip do aeroporto de Roma. Sem conseguir lugares, os dois teriam se incomodado ao ver Moraes passando com a família. "Para político tem lugar, para gente com criança, com idoso, não tem", afirmou Andréia, conforme o defensor. De acordo com Tórtima Filho, Mantovani também negou à PF que tenha empurrado o ministro ou o filho de Moraes, mas admitiu ter "afastado" uma pessoa que teria ofendido sua mulher.


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