Porto Alegre: Embates entre vereadores marcaram o primeiro semestre de 2023

Porto Alegre: Embates entre vereadores marcaram o primeiro semestre de 2023

Moções de apoio ou repúdio foram as principais causas de intrigas na Casa

Rafael Renkovski*

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Logo no início do ano, quando sete novos vereadores tomaram posse, ocupando o posto dos eleitos para a Assembleia ou para a Câmara dos Deputados, um princípio de confusão marcou a sessão.

O vereador Pedro Ruas (PSol), em pedido de ordem, demandou a retirada de um homem das galerias, já que ele estava na lista dos impedidos de acessarem o local, pelo envolvimento na invasão ao plenário em outubro de 2021. Naquela ocasião, discutia-se o veto ao passaporte vacinal, quando um grupo contrário à vacinação exibiu cartazes de apologia ao nazismo e, inclusive, agrediu parlamentares. Após uma discussão entre vereadores de oposição e situação, o presidente Hamilton Sossmeier (PTB) determinou que a segurança retirasse o homem do local.

Moções de apoio e repúdio aos acontecimentos políticos nacionais foram os maiores pretextos para os debates acalorados do primeiro semestre. Pedido de autoria dos vereadores Alexandre Bobadra (PL), Thiago Albrecht (Novo), Fernanda Barth (Podemos) e Comandante Nádia, a moção de apoio à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, estendeu as discussões por três sessões, encerradas com a retirada de quórum por parte da oposição.

Da mesma temática, em votação apertada por 13 votos a 12, a Câmara aprovou uma moção de repúdio aos atos de invasão às sedes dos Três Poderes. A matéria rendeu discussões exaltadas.

Prolongou-se por duas semanas o debate em torno de uma moção de solidariedade à Giane Alves Santos, ex-companheira do deputado estadual Leonel Radde (PT), investigado por suposta agressão. De autoria dos vereadores Comandante Nádia (PP), Fernanda Barth (Podemos), Ramiro Rosário (PSDB) e Mauro Pinheiro (PL), a proposição teve 12 posições favoráveis e 12 abstenções.

Sobre a pauta, a líder do PP e procuradora da Procuradoria Especial da Mulher do Legislativo, Mônica Leal pediu "responsabilidade" aos parlamentares para "aguardar o resultado do processo" e afirmou ser "contra a violência e contra qualquer atitude prematura que envolve reputações e nomes". A fala de Mônica gerou atrito no plenário com a companheira de bancada, Comandante Nádia, proponente da moção.

Em outro momento, o ato de homenagem aos 101 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), proposto pelos vereadores da sigla Giovani Culau e Biga Pereira, gerou discussão com comentários de vereadores de oposição ao partido.

Culau iniciou o discurso com a bandeira do partido na tribuna. Em seguida, Mônica Leal pediu aparte para solicitar a retirada do objeto, reforçada pelo presidente da Câmara. O vereador atendeu ao pedido e colocou a bandeira nas suas costas. Entre as falas dos vereadores, a plateia presente se manifestava com gritos de ordem em apoio ao partido.

*Sob supervisão de Mauren Xavier


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