Presidente do PMDB-RS defende Temer e fala em denúncia “requentada, sem fato novo”

O deputado federal Alceu Moreira, que é presidente estadual do PMDB e um dos principais defensores de Michel Temer, avaliou, nesta sexta-feira, que a segunda denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente é menos qualificada que a anterior. Além disso, Moreira estima que em menos de um mês o assunto seja arquivado pela Câmara dos Deputados, inclusive com uma margem maior de votos se comparado à votação anterior, em que 263 deputados ficaram ao lado de Temer.

“Essa denúncia de agora é requentada, sem nenhum fator novo, muito diferente daquela outra que tinha, até por ser a primeira denúncia, um impacto muito maior. E nós temos que levar isso a Plenário o mais rápido possível porque a economia não suporta esse processo acusatório o tempo inteiro”, ressalta.

Alceu Moreira defende, ainda, que o fato de não haver autorização para o afastamento do presidente e a realização de uma investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não significa o fim do processo. O deputado lembra que, após o final do mandato, as denúncias contra Temer serão analisadas e, mesmo com a possibilidade de o presidente ser condenado, neste momento uma nova eleição gera mais instabilidade.

“Se nós fizermos isso agora, qual é a consequência? Vamos imaginar como gaúchos. Nós estamos na porta para fazer a negociação do nosso ajuste fiscal. Como eu presidente do PMDB e deputado federal voto? Voto para trocar o presidente e negocio com quem? Mas mais do que isso a economia começa a dar ares claros de recuperação. Qual é a vantagem que nós temos nisso?”, defende. Além disso, Moreira fala que Temer pode ser considerado inocente.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o peemedebista criticou Rodrigo Janot e disse que ele age como um “zelador da oposição”. Mesmo com a decisão unânime do STF em manter Janot à frente das denúncias contra Michel Temer, Alceu Moreira entende que o procurador perdeu a legitimidade. “Nos autos do processo, a dúvida com relação ao senhor Janot, que já tinha indícios claros de que construiu a chanchada novelesca pra ter como prêmio a cabeça do presidente da República. (…) Mas é normal que o poder da Suprema Corte, num caso como esse, mantenha-se o direito de fazer o processo, sem fazer qualquer julgamento de mérito”, considera.

Além disso, Alceu Moreira defende que os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, também acusados pela PGR, permaneçam no cargo, já que não são réus e a denúncia é baseada apenas em delações e não em provas. No início do governo, o presidente Michel Temer havia prometido afastar ministros denunciados pelo Ministério Público Federal na Operação Lava Jato e, se considerados réus, demiti-los.