Raimundo Lira recua e mantém 15 dias para defesa de Dilma
Presidente da Comissão Especial do Impeachment havia deferido questão de ordem reduzindo o prazo
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A alteração nos prazos para considerações finais foi proposta por Simone na última semana e se tornou motivo de impasse no Senado. Para definir a questão, um recurso foi apresentado para Lewandowski pela defesa. Na ocasião, Lira chegou a dizer que se sentiria "mais confortável" se o ministro desse a palavra final sobre o caso. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contudo, criticou o encurtamento no processo e disse que o colegiado deveria evitar encaminhamentos ao presidente do STF. Na última quinta-feira, Lewandowski também se reuniu com Lira e o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) para debater os recursos que teria que analisar.
Segundo a proposta de Simone, que se baseou em uma mudança do Código Penal de 2008, o processo terminaria em julho, e não em agosto como estava previsto. Ela propôs que as ponderações fossem realizadas em um prazo de 10 dias, ao invés de 30 que constava no parecer de Anastasia. Com a decisão desta segunda-feira, os prazos propostos pelo relator estão mantidos. Os pronunciamentos escritos da acusação deverão ser entregues entre o dia 21 de junho e 5 de julho. Já a defesa se pronunciará entre os dias 6 e 21 de julho. Com isso, segundo o planejamento de Anastasia, a primeira votação no plenário do Senado deve ocorrer nos dias 1º e 2 de agosto.
Com a decisão de Lira, a votação do cronograma do processo do impeachment deve ser definida ainda na sessão de hoje da comissão do impeachment. Os senadores estão reunidos nesta tarde para discutir o calendário.
"Essa decisão foi absolutamente pessoal. Como disse na última reunião, na presidência não podemos aceitar qualquer tipo de pressão, porque isso desvirtuaria o trabalho de nossa comissão", acrescentou o presidente. Raimundo Lira informou que se embasou em pareceres técnicos.