Senadores monitoram Aras sobre pedidos da CPI contra Bolsonaro
Procurador, que almeja vaga no STF, anuncia até semana que vem se recomenda abertura de inquérito contra Bolsonaro
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O procurador geral da República, Augusto Aras, entrou numa espécie de contagem regressiva, e é monitorado de perto pelos senadores que há pouco menos de um mês entregaram em suas mãos o relatório da CPI da Pandemia. Com a sabatina de André Mendonça, indicado ao STF, agora liberada pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, Aras alimenta as chances de se tornar ministro da Corte, caso haja a rejeição do nome do ex-ministro. O fator tende a modular a decisão de Aras.
O próprio Aras declarou aos senadores da CPI que decidiria sobre eventual recomendação de abertura de inquérito contra Bolsonaro dentro de um mês a contar da data de entrega, para sinalizar que não engavetaria o tema. O prazo, fixado pelo procurador geral, termina neste sábado. A expectativa agora é que Aras adie a manifestação da Procuradoria, no aguardo da definição do senado sobre o destino de Mendonça. A sabatina do indicado de Bolsonaro na CCJ está prevista para acontecer até 2 de dezembro, após mais de quatro meses de bloqueio político.
O ex-ministro não tem garantias de vencer na CCJ, nem no plenário do Senado, que avaliza as indicações do presidente da República ao STF. Todavia, uma eventual rejeição do plenário – instância final – não tem precedentes na Casa.
Bolsonaro foi indiciado por nove crimes pela CPI da Pandemia. Uma das alternativas do procurador seria pedir que os indícios levantados pelos senadores sejam anexados à investigação, já em andamento em inquérito aberto no STF e relatado pela ministra Rosa Weber, que apura prevaricação no caso da compra de vacinas contra o coronavírus.