STF impõe sigilo a investigação sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF
Diligências apuram suposto tráfico de influência no Ministério da Educação e se o presidente vazou dados da operação
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O Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em sigilo nesta quinta-feira (30) a investigação que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Operação Acesso Pago, da Polícia Federal, que mirou o ex-ministro Milton Ribeiro. A partir da decisão da Corte, as diligências e atos processuais passam a tramitar com restrição de acesso.
Assim que os autos do processo chegaram ao Tribunal, encaminhados pelo Ministério Público Federal (MPF), após decisão do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, o sigilo foi aplicado. A operação foi deflagrada após denúncias da existência de um esquema de tráfico de influência no Ministério da Educação.
Milton Ribeiro é acusado de ser o líder do esquema de tráfico de influência. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), ele recebeu pastores em seu gabinete para negociar o envio de verbas para prefeituras indicadas pelos religiosos. Em troca da articulação, segundo as investigações, os religiosos Arilton Moura e Gilmar Santos receberiam propina.
O juiz de primeira instância enviou o processo ao Supremo a pedido do MPF, após Milton citar o presidente Jair Bolsonaro em uma ligação com a filha. Milton disse ter sido alertado pelo presidente de que poderia ser alvo de "busca e apreensão". A PF apura se o chefe do Executivo teria vazado ao ex-ministros informações de que ele poderia ser alvo das diligências.
Milton chegou a ser preso, junto aos pastores, na Operação Acesso Pago. No entanto, foi solto por decisão do ministro Ney Bello, do TRF-1.