STF tem maioria para manter prisão de suspeitos de planejar e mandar matar Marielle
Julgamento seguirá até as 23h59 desta segunda, de modo virtual, e envolve os cinco ministros da Primeira Turma; restam Dino e Fux
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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira para manter a prisão dos suspeitos de planejar e mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes. O julgamento envolve os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo. As informações estão no site R7.
O ministro Alexandre de Moraes apresentou o voto pouco depois da 0h desta segunda-feira. Em seguida, foi a vez da ministra Cármen Lúcia e de Cristiano Zanin. Ainda restam Flávio Dino e Luiz Fux, que têm até as 23h59 desta segunda para dizer se acompanham ou não a decisão de Moraes.
No julgamento virtual, não há discussão. Os ministros votam por meio do sistema eletrônico da Corte. Se houver um pedido de vista, a sessão será suspensa. Caso ocorra um pedido de destaque, o julgamento será reiniciado no plenário físico.
Os suspeitos são o deputado federal Chiquinho Brazão; o irmão dele, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro; e o delegado da Polícia Civil no estado Rivaldo Barbosa.
O trio foi preso na manhã desse domingo (24), em uma operação da Polícia Federal, com participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Espião e promessa
O ex-policial militar Ronnie Lessa, executor da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), afirmou em delação premiada que o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão infiltraram um miliciano de Rio das Pedras (RJ), uma comunidade pobre da Barra da Tijuca, para monitorar a parlamentar em uma reunião do PSOL.
De acordo com o relatório do ministro, divulgado neste domingo, 24, Chiquinho e Domingos Brazão colocaram o miliciano Laerte Silva de Lima para levantar informações sobre a atuação de Marielle contra a expansão imobiliária da milícia na Zona Oeste do Rio.
A contrapartida para a proposta dos irmãos Brazão, de matar a vereadora Marielle Franco "em pleno exercício de seu mandato", era um loteamento nas imediações da Rua Comandante Luís Souto, Tanque, Rio de Janeiro. A promessa de recompensa pelo homicídio foi detalhada por Lessa, que ainda apontou à Polícia Federal o "maior atrativo da iniciativa": "a exploração dos serviços típicos de milícia decorrentes da ocupação dos loteamentos, como exploração de "gatonet", gás, transporte alternativo".
Sigilos retirados do Caso Marielle Franco. Veja os documentos
- Decisão de Alexandre de Moraes
- Relatório da Polícia Federal
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