STF vai decidir repasse de fundo da Lava Jato para estados da Amazônia

STF vai decidir repasse de fundo da Lava Jato para estados da Amazônia

Decisão final será do ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso

Agência Brasil e AE

Segundo Maia, Alexandre de Moraes pode decidir ainda nesta quarta sobre repasse

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes realizou nesta quarta-feira uma reunião com governadores dos estados da Amazônia para discutir a destinação de parte dos recursos de um fundo da Petrobras para o combate a queimadas e ao desmatamento ilegal na região. O fundo tem R$ 2,5 bilhões e foi criado para receber valores recuperados pela Operação Lava Jato, em acordo com os Estados Unidos.

Na reunião, o governador do Amapá, Waldez Goes, representante do Consórcio de Desenvolvimento da Amazônia Legal, propôs que R$ 400 milhões sejam enviados diretamente para os nove estados da Amazônia Legal.  "Não se faz o combate às praticas ilegais, ao fogo, ao desmatamento, e não se faz um plano de prevenção para o futuro sem recursos. Esses recursos precisam ser buscados", disse.

Também participaram da reunião os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, o advogado-geral da União (AGU), André Mendonça, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Destinação

A destinação dos recursos do fundo para o combate a incêndios florestais na Amazônia passou a ser discutida, na semana passada, quando a mesa diretora da Câmara dos Deputados, por iniciativa do presidente da Casa, fez o mesmo pedido de distribuição dos recursos em manifestação enviada ao STF. No pedido, Raquel Dodge defendeu que R$ 1,2 bilhão do fundo seja destinado para o combate ao fogo.

A Advocacia-Geral da União, representante do governo federal, defendeu que R$ 500 milhões sejam utilizados.

A decisão final será do ministro Alexandre de Moraes, que é relator do caso. O dinheiro do fundo diz respeito a multas decorrentes de prejuízos causados a investidores norte-americanos por causa da corrupção na Petrobras. A princípio, os recursos seriam destinados a uma fundação ligada à força tarefa da Lava Jato no Paraná, conforme acordo firmado entre a operação e o governo dos Estados Unidos, mas Moraes considerou que tal destinação seria ilegal, a partir de um pedido liminar feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Moraes pode decidir ainda nesta quarta

Maia afirmou estar confiante de que Alexandre de Moraes irá decidir ainda nesta quarta-feira. "Estou confiante que hoje a gente consiga uma decisão que vai garantir recursos imediatos para o governo federal, para a fiscalização por parte do ministério do Meio Ambiente, recursos para as políticas públicas de combate às queimadas e também para os governadores da região Amazônica. O dinheiro também vai ajudar a prevenir aqueles Estados que ainda não tiveram problemas com queimadas, mas podem ter em dois ou três meses", disse.

O governador do Amapá  afirmou que Moraes tentará chegar a um consenso sobre as propostas enviadas nos últimos dias pelo Congresso, Advocacia-Geral da União (AGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o governador, se não houver consenso, Moraes sinalizou que levará o tema ao plenário do STF.


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