Temer decide até sexta sobre indulto de Natal

Temer decide até sexta sobre indulto de Natal

Defensoria Pública da União pediu reavaliação do decreto pelo presidente

Correio do Povo

Temer passou a quarta-feira analisando argumentos da DPU

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O presidente Michel Temer passou a quarta-feira analisando argumentos da Defensoria Pública da União (DPU), que defende a concessão do indulto de Natal a presos. Ele deve tomar uma decisão até a próxima sexta-feira. A DPU pediu a Temer uma reavaliação sobre o decreto de indulto natalino. O defensor público-geral federal, Gabriel Faria Oliveira, telefonou ao presidente e reforçou o caráter constitucional do indulto e seu papel como política criminal de combate ao encarceramento em massa. O Palácio do Planalto havia informado um dia antes que não haveria indulto este ano. O argumento é que o Supremo não havia concluído o julgamento sobre o indulto de 2017.

Após o pedido da DPU, a Presidência ainda não se posicionou oficialmente. Em ofício encaminhado na terça-feira ao presidente, o defensor público-geral federal em exercício, Jair Soares Júnior, ressaltou que o indulto foi concedido todos os anos, sem exceção, desde a Constituição Federal de 1988. O defensor-geral em exercício requereu que seja editado decreto limitando-se apenas à vedação prevista no Artigo 5º da Constituição, inciso 43, que proíbe o indulto nos crimes hediondos e de tortura, tráfico de drogas e terrorismo.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, reforçou ontem que o instrumento é tradicional no país. Um dos presos que poderia se beneficiar da medida é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado na Lava Jato a mais de 12 anos de prisão. “O indulto é uma tradição no Brasil e eu não sei porque nós não concluímos o julgamento da Adin (ação direta de inconstitucionalidade) que impugnou o anterior, de 2017. Agora, precisamos pensar nas verdadeiras panelas de pressão que são as penitenciárias brasileiras.”

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