Toffoli libera para julgamento no STF descriminalização do porte de maconha para uso pessoal

Toffoli libera para julgamento no STF descriminalização do porte de maconha para uso pessoal

Extinção da punibilidade depende de apenas um voto

Estadão Conteúdo

Extinção da punibilidade depende de apenas um voto

publicidade

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli devolveu para julgamento nesta terça-feira, 4, o caso que pode descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal. O movimento ocorre ao mesmo tempo em que a Câmara dos Deputados discute a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza a posse de qualquer quantidade de entorpecentes.

Toffoli pediu vista dos autos - quando um ministro pede mais tempo para analisar o processo - no dia 6 de março. A análise do magistrado pode decidir o destino da criminalização do uso pessoal da maconha, já que a extinção da punibilidade depende de apenas um voto. O placar é de 5 a 3.

Votaram para descriminalizar a maconha para uso pessoal os ministros Gilmar Mendes (relator do processo), Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e a ministra Rosa Weber, que se aposentou da Corte no final do ano passado. Os ministros Cristiano Zanin, Nunes Marques e André Mendonça divergiram da análise de Gilmar. Além de Toffoli, ainda restam votar os ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Toffoli devolveu os autos para julgamento às 14 horas desta terça e, meia hora depois, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados começou a analisar a constitucionalidade da PEC 45/2023, mais conhecida como PEC das Drogas.

O relator da PEC na Câmara, deputado Ricardo Salles (PL-SP), tenta acelerar a aprovação do texto no Congresso antes que o STF termine de julgar a descriminalização do porte de maconha.

A sessão da CCJ da Câmara foi tumultuada e o relatório de Salles só foi lido após uma hora de sessão. Após o término da leitura, foi feito um pedido de vistas coletivo por deputados do PT e do PSOL. Com isso, a votação do parecer deverá ocorrer na próxima semana.

PEC estabelece como crime o porte de qualquer quantidade de drogas

A PEC é de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e estabelece que é crime tanto a posse como o porte de drogas - incluindo a maconha. O texto não faz diferenciação sobre quantidade. Ou seja, considera ato criminoso portar ou possuir qualquer quantidade de entorpecente.

'A lei considerará crime a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar', diz a emenda constitucional.

Quando estava tramitando no Senado, a proposta de Pacheco recebeu uma emenda do relator da proposta na CCJ da Casa, senador Efraim Filho (União-PB). O parlamentar incluiu que os usuários de drogas serão submetidos a penas alternativas à prisão, além de tratamentos contra a dependência química.

No dia 14 de abril, o Senado aprovou a PEC em dois turnos. Na primeira votação, foram 53 a favor e 9 contra; na segunda, 52 a 9.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895