Crescimento da cultura da canola motiva setor a discutir aspectos técnicos e futuro da cultura

Crescimento da cultura da canola motiva setor a discutir aspectos técnicos e futuro da cultura

2º Simpósio Latino Americano de Canola apresenta palestras técnicas e trabalho a campo, em Três de Maio

Itamar Pelizzaro

Plantios do Estado estão em fase de florescimento e enchimento de grão

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O crescimento da área plantada de canola no Rio Grande do Sul estimulou o setor a se reunir para discutir questões técnicas, trocar experiências, conhecer trabalhos de pesquisa e participar de atividades de campo. Quase 300 interessados participam nesta terça e quarta-feiras do 2º Simpósio Latino Americano de Canola (Slac), em Três de Maio, na Fronteira Noroeste do Estado. O encontro é realizado em um momento em que a safra gaúcha registra crescimento de 25% em relação ao ciclo passado, conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola), que promove o simpósio em parceria com a Coordenação de Agronomia da Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem).  

O evento ocorre oito anos após a realização do 1º Slac, que ocorreu em 2014, em Passo Fundo, e vem na esteira do incremento na área de cultivo registrado nos últimos anos. Nos anos seguintes, ocorreria no Uruguai, mas não se concretizou. “Após um roteiro em 2022, o Rally Abrascanola (que percorreu lavouras do Brasil, Argentina e Paraguai), entendemos que era importante fazer esse trabalho em função do crescimento da cultura em toda a América do Sul”, disse o presidente da Abrascanola, Vantuir Scarantti. A entidade agora já mira um novo evento para 2025, que deve ocorrer no Paraguai.

Nesta edição, a programação desta terça-feira conta com palestras sobre tropicalização da canola, doenças e pragas potenciais. Na quarta-feira, serão abordados temas como tecnologia de nutrição de plantas para altos rendimentos, o efeito das abelhas no rendimento dos grãos e tendências de mercado. À tarde, está previsto trabalho a campo com seis estações de conhecimento.

Scarantti afirma que a área cultivada com canola no RS chega a 105 mil hectares. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater/RS-Ascar, a atual da safra tem produtividade esperada de 1.632 kg/ha para este ano. “Se o tempo colaborar, podemos chegar na mesma produção do ano passado, de 1800 kg/h, mas ainda é cedo para avaliar isso em função do clima”, afirma o presidente. Os plantios agora estão em fase de florescimento e enchimento de grão, e a maioria da colheita deve ser feita em outubro.

Para a Abrascanola, a cultura ganha importância por dois fatores. “Temos uma pegada no nível econômico, porque deixa renda para o produtor em um período importante, em meados de novembro e dezembro, e é muito importante para a rotação de culturas, porque, em função de ser da família da crucíferas, quebra o ciclo de doenças e tem sido muito importante para o desenvolvimento no sistema de rotação nas lavouras gaúchas”, destacou. Conforme boletim da Emater, os preços médios na semana passada foram de R$ 127,30, na região Ijuí, e de R$ 133,58, na de Santa Rosa.

O plantio no Estado ocorre na segunda quinzena de março, conforme o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). A Abrascanola informa que a canola é a terceira oleaginosa em volume de produção no mundo e  possibilita o cultivo em sistema integrado de rotação e diversificação de culturas. O crescimento da área cultivada atende ainda à demanda crescente de produção de óleos vegetais para produção de biodiesel.


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