Fetag-RS aciona ministro Fávaro para discutir importação de leite e Proagro

Fetag-RS aciona ministro Fávaro para discutir importação de leite e Proagro

Autoridades tiveram reunão privada depois da abertura oficial do Pavilhão da Agricultura Familiar

Itamar Pelizzaro

Pavilhão da Agricultura Familiar é um dos atrativos da Expodireto 2024

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O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, aproveitou a passagem do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, pelo Pavilhão da Agricultura Familiar na Expodireto Cotrijal para falar sobre dois pontos que preocupam o segmento: a importação de lácteos do Mercosul e a manutenção do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Conforme Joel, o ministro afirmou que os temas devem ser revistos e prometeu receber uma comitiva gaúcha nos próximos dias, em Brasília, para debater as questões, que seriam da alçada do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Com a ausência do titular do MDA na Expodireto, a Fetag-RS aproveitou a presença de Fávaro para manifestar suas inquietudes.

Conforme Joel, o ministro Fávaro disse que tinha notícias de que os problemas do setor leiteiro estavam sendo solucionados no país, inclusive com elevação do preço médio pago ao produtor. “Trouxemos ele para a realidade de novo. O governo ainda não entendeu que as medidas feitas foram importantes, mas passaram longe de resolver o problema. Em janeiro e fevereiro, entrou leite (importado do Mercosul) como nunca entrou. Pedimos ao ministro para isso ser revisto, ter outras ações, para o governo olhar com mais carinho para isso. O que foi feito até agora foi paliativo”, disse.

Outro ponto abordado na reunião foi o Proagro. Conforme o presidente da Fetag-RS, o Banco Central tem intenção de mexer no programa sob argumento de que haveria fraudes, que seriam apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “Nós dissemos ao ministro: o caminho não é punir os bons produtores. Se tem alguém fazendo fraude, fiscalize-se e puna-se esses produtores, entidades ou peritos. Não se penaliza uma classe toda por causa de uma minoria”, defendeu.

Joel admite que possam haver mudanças no Proagro, mas destaca a necessidade de sua manutenção para atender a agricultura familiar e os médios produtores. “Não dá para tirar uma das principais e uma das únicas ferramentas de garantia que o produtor tem hoje. O seguro rural não funciona para pequena propriedade, porque as seguradoras não querem assegurar a produção na pequena propriedade. “O Proagro para o Sul do país é muito importante. Houve recorde agora por causa de três secas seguidas, mas ninguém fala dos sete anos passados em que não tivemos seca e que muito pouco usamos o Proagro”, finalizou Joel.

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