Oferta renovada em máquinas e implementos na 23ª Expodireto Cotrijal

Oferta renovada em máquinas e implementos na 23ª Expodireto Cotrijal

Setor de equipamentos agrícolas exibe suas novidades e espera, ao menos, repetir o desempenho do ano passado

Patrícia Feiten

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De pulverizadores a supercolheitadeiras e tratores equipados de inteligência artificial, a 23ª Expodireto Cotrijal renova a tradição de apresentar ao agricultor máquinas futuristas que prometem economizar energia, insumos e tempo de trabalho na lavoura. Apesar dos prejuízos causados pela estiagem à safra gaúcha de verão e do cobertor curto dos recursos subsidiados para financiar a compra de equipamentos, a expectativa do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers) é que os negócios na feira alcancem pelo menos a cifra atingida na edição anterior do evento, de R$ 4,9 bilhões.

Uma das razões por trás do otimismo é a ampliação do parque da Expodireto, que passou de 98 hectares a 131 hectares para contemplar os 580 expositores inscritos. “A feira tinha 140 empresas na fila de espera, só por isso se vê que vai ser um sucesso muito grande”, diz o presidente do Simers, Cláudio Bier. Além disso, observa o empresário, o retorno da chuva ao Estado nos últimos dias de fevereiro deu uma injeção de ânimo no setor agropecuário. “A possibilidade de aumentar a produtividade e os bons preços das commodities vêm garantindo boas vendas de máquinas”, destaca Bier.

A escassez de crédito, porém, preocupa os fabricantes, que encerraram o ano passado no vermelho em termos nacionais, considerando-se a receita líquida das vendas de máquinas em geral. Para o segmento agrícola, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) projeta crescimento de no máximo 1% em 2023, segundo o executivo Hernane Cauduro, integrante do Conselho de Administração da entidade. Anunciada no final de janeiro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a reabertura de linhas do Plano Safra 2022/2023, com a oferta de R$ 2,9 bilhões, trouxe pouco alento ao mercado diante da enorme demanda por taxas de juro menores, avalia Cauduro. “O produtor vai ter de comprar com recursos próprios, aqueles que estiverem capitalizados, que colheram bem no ano passado. A evolução tecnológica aumenta a eficiência, isso puxa o investimento”, diz.

Foto: Divulgação Massey Ferguson / CP.

A norte-americana Massey Ferguson, do grupo AGCO, apresentará na Expodireto novidades em soluções de plantio e pulverização para áreas inclinadas ou acidentadas, comuns na Região Sul. Entre os lançamentos, estão a série de tratores MF 8S nas potências de 245cv e 265 cv, que promete uma operação simples e silenciosa, e a linha de pulverizadores MF 500R, com tecnologia exclusiva que pode gerar redução de custos superior a R$ 50 mil no fim da safra, segundo a fabricante. O diretor de vendas da indústria, Alexandre Stucchi, diz que a expectativa para o evento é positiva. “Com o bom momento do agronegócio, o produtor encontra boas opções (de crédito) nas mais diversas instituições financeiras, inclusive com linhas em outras moedas”, afirma o executivo, acrescentando que a marca oferece a alternativa do seu banco de fábrica, o AGCO Finance. “Vale lembrar também das condições de pagamento à vista, opção que tem crescido entre os produtores.”

Foto: Diculgação LS Tractor / CP.

A sul-coreana LS Tractor aproveitará a Expodireto para dar continuidade às ações promocionais focadas em sua linha de tratores de baixa potência, entre 50 cv e 65 cv. Um dos destaques da marca, o modelo R65 mira a cadeia da avicultura, sendo apresentado como um veículo compacto ideal para o manejo da chamada cama de frango. “É um setor que vem crescendo bastante nos últimos dois anos, começou a haver uma demanda forte por mecanização dessa atividade dentro do aviário”, explica o gerente de marketing e vendas da LS Tractor, Astor Kilpp. Ele observa que, em muitos países orientais importadores de alimentos do Brasil, os pés de frango são os cortes preferidos dos consumidores e isso exigiu um trabalho mais cuidadoso nos aviários para evitar danos aos animais.

A norte-americana New Holland levará para a feira suas soluções de telemetria agregadas à família de tratores TL5, que estarão disponíveis a partir do segundo semestre para veículos cabinados e plataformados, e a nova colheitadeira CR Intellisense™, dotada de tecnologia de inteligência artificial. Com o recurso, o produtor pode escolher entre diferentes “estratégias” de colheita, de acordo com a condição da lavoura e o objetivo que se pretende atingir, explica o diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, Cláudio Calaça. “A inteligência artificial do Intellisense™, com a tomada de decisão do operador, traz o sistema de colheita mais sofisticado disponível no mundo, mas que ao mesmo tempo é simples de operar”, afirma.

Foto: Divulgação Mahindra / CP.

No estande da indiana Mahindra, os destaques serão a nova linha de pulverizadores Mahindra by Mitra de 600 e 1.500 litros, destinados a produtores de hortaliças, uva, laranja, manga e café, e o trator 075 E, de 80 cv, com nova cabine, para o trabalho em culturas semiadensadas, especialmente café e frutas de caroço. Para facilitar a aquisição dos veículos, a marca diz que oferecerá condições especiais de financiamento por meio de seu banco de fábrica, o Mahindra Finance, além de consórcio com planos de até 120 meses. Essa modalidade foi lançada em 2018 e hoje já representa em torno de 15% das vendas da empresa, segundo o CEO do grupo no Brasil, Jak Torretta Junior. “O pequeno e médio produtor são os que mais precisam de apoio para se modernizar. A renovação do parque de máquinas nessa faixa de potência até 120 cv é muito importante para a própria rentabilidade”, destaca Torreta.


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