Indústria de máquinas fecha 2022 com queda de 5,9% na receita

O aumento dos custos de produção e a escassez de crédito, somados às incertezas políticas que marcaram especialmente o último semestre de 2022, levaram os fabricantes de máquinas a uma queda de 5,9% na receita líquida de vendas no ano passado na comparação com 2021. O resultado, que considera os negócios no mercado interno e também as exportações, interrompeu um ciclo de quatro anos consecutivos de crescimento do setor – desde 2018, as empresas acumulavam expansão de 38,1% sobre os números de 2017. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (31) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O desempenho negativo foi puxado pela redução de 7% da receita líquida interna, que somou R$ 245,8 bilhões em 2022. Esse recuo foi amenizado, em parte, pelo aumento das exportações de quase todos os tipos de equipamentos. Estimados em 12,2 bilhões de dólares, valor 21% superior ao de 2021, os embarques representaram mais de 20% da receita total do setor no ano passado. O destaque coube às máquinas agrícolas. Os embarques do segmento saltaram 32% na mesma base de comparação, passando de uma participação de 14% para 16% no total de máquinas exportadas pelo Brasil. Entre todos os ramos industriais, o segmento agrícola foi também um dos que mais contribuíram para o avanço de 13,8% das importações de máquinas em 2022, tendo ampliado em 49,5% as compras do exterior frente ao ano anterior.

Considerando-se apenas dezembro passado, as vendas totais da indústria de máquinas recuaram pelo sétimo mês consecutivo, com um resultado 9,8% inferior ao do mesmo mês de 2021. No período, a receita líquida interna encolheu 7,4%. O setor, porém, exportou 1,2 bilhão de dólares em equipamentos, um avanço de 1,2% na mesma base de comparação, e elevou em 11,8% as importações.

Para 2023, a Abimaq estima um crescimento de 2,4% na receita líquida total de vendas. No caso do segmento de máquinas agrícolas, a expansão projetada é de 1%.