Representantes do governo Lula visitam assentamento em Hulha Negra para conferir estiagem

Representantes do governo Lula visitam assentamento em Hulha Negra para conferir estiagem

Ministro Paulo Teixeira e comitiva foram recebidos no município da fronteira gaúcha que já estima perdas de R$ 38 milhões

Nereida Vergara

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O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e a comitiva do governo federal chegaram no começo da tarde desta quinta-feira ao assentamento Conquista da Fronteira, em Hulha Negra, local escolhido pelo governo federal para ver in loco os prejuízos da estiagem no Rio Grande do Sul. Segundo a prefeitura de Hulha Negra, o maior impacto da seca é sobre as culturas de soja e milho, ambas fundamentais para a economia municipal e que já acumulam perda superior a R$ 38 milhões.

De acordo com Cleonice Back, coordenadora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS) e que representa a entidade no encontro com os ministros, a visita terá início na propriedade de uma família do assentamento, almoçando mais tarde no local onde serão feitos os pronunciamentos de Teixeira e demais autoridades.

Entre os municípios de Hulha Negra, Candiota e Aceguá, são 58 assentamentos, que abrigam cerca de 2 mil famílias e cerca de 7 mil pessoas. Pelo menos 800 propriedades pequenas da região foram castigadas pela falta de chuva."Nós estamos dialogando com o governo desde janeiro e vamos reforçar que não se trata apenas de uma estiagem, mas do terceiro ano de estiagem", aponta Cleonice.

A dirigente diz que os R$ 430 milhões anunciados na quarta-feira pelo governo federal são muito importantes para o socorro emergencial, mas que a ajuda não pode parar aí. "Não podemos mais aguardar por medidas estruturantes, elas precisam vir para impedir que o quadro siga se repetindo", comenta, lembrando a urgência em se fazer investimentos na reservação de água (cisternas e açudes) e na irrigação.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, também reverencia a verba emergencial anunciada pelo governo, mas ressalva que ela contempla apenas os mais necessitados no momento. " Isso é bom, com certeza, mas não responde às demandas apresentadas pela Fetag aos ministérios", diz. Joel acrescenta ainda que a hora é de deixar de lado os "ranços" políticos e unir as forças dos governos federal, estadual e municipais para encontrar soluções de longo prazo.

Em documento entregue na semana passada ao ministro Paulo Teixeira, a Fetag pediu recurso para equalizar a prorrogação das operações de Pronaf custeio e de Pronaf investimentovencidas e vincendas no período de 01 de janeiro a 31 de julho de 2023;  rebate de 35% sobre a parcela vencida ou vincenda aos agricultores que irão liquidar dentro docronograma de reembolso no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2023;  crédito emergencial, com teto de financiamento de até R$50 mil por mutuário, prazo dereembolso de até 10 anos e bônus de adimplência de 30% para a reestruturação produtiva das propriedades e fortalecimento dos estoques de milho e subsídio de 30% para o produtor adquirir o produto nosarmazéns credenciados através da Conab, entre outras medidas.

O governador Eduardo Leite, conforme informado pela assessoria de imprensa do Palácio Pirati, irá acompanhar a comitiva ministerial junto com seis secretários de governo em Hulha Negra.


Correio do Povo
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