RS produziu 580 mil litros de azeite de oliva na safra 2022/2023

RS produziu 580 mil litros de azeite de oliva na safra 2022/2023

Resultado recorde, atingido mesmo com estiagem, é atribuído a expansão de áreas de cultivo e aperfeiçoamento de técnicas, entre outros fatores

Patrícia Feiten

Atualmente, de acordo com o Ibraoliva, a produção nacional de azeites extravirgem ainda representa menos de 1% do consumo anual, estimado em 100 milhões de litros.

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A produção gaúcha de azeite de oliva atingiu um novo recorde na safra 2022/2023, com a industrialização de 580.228 litros do item, o que representa um avanço de 29% em relação ao ciclo anterior. No período, o número de fábricas em operação cresceu 32%, para 22 unidades, e o de marcas de óleo já chega a 93, um aumento de 32% na mesma base de comparação. Os números foram apresentados nesta segunda-feira (3) por representantes do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), em coletiva de imprensa que contou com a participação do titular da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi-RS), Giovani Feltes, e do coordenador da Câmara Setorial da Olivicultura da Seapi, Paulo Lipp.

Na última safra, os olivais somaram uma área de 6.200 hectares plantados em 110 municípios, sendo os maiores produtores Pinheiro Machado, Canguçu, Encruzilhada do Sul, Cachoeira do Sul, Dom Feliciano, Bagé, Santana do Livramento, São Gabriel e Viamão. Em todo o Estado, a olivicultura mobilizou 340 agricultores.

Na avaliação do Ibraoliva, o crescimento na fabricação de azeites é resultado de vários fatores, como a entrada de novas áreas em produção, o aperfeiçoamento de técnicas e sistemas manejo e melhorias na produtividade – além da capacidade natural das oliveiras de resistir a déficits hídricos. “O Rio Grande do Sul atravessa secas constantemente e, mesmo (assim), os números são extremamente satisfatórios. Nos últimos cinco anos, (houve) 100% de aumento nos lagares”, disse o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes. Para o secretário Feltes, há potencial para mais expansão do setor no Estado, que hoje tem 4,3 mil hectares de oliveiras em idade produtiva. “Isso nos dá a garantia de que teremos, daqui a no máximo quatro anos, minimamente o crescimento para 900 mil litros de azeite produzidos (por ano). E temos que achar mercado para isso”, destacou.

Atualmente, de acordo com o Ibraoliva, a produção nacional de azeites extravirgem ainda representa menos de 1% do consumo anual, estimado em 100 milhões de litros. Entre os desafios para ampliar a produção, as lideranças da entidade destacaram a necessidade de reforçar as ações de fiscalização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para combate aos azeites importados fora dos padrões. Segundo o Ibraoliva, muitos óleos vendidos no mercado brasileiro como extravirgem apresentam defeitos e, portanto, não atendem aos requisitos de qualidade e acidez para apresentarem essa classificação nos rótulos. “O azeite que na Europa não tem consumidor (e ingressa no Brasil) às vezes nem virgem é. E nós, brasileiros, compramos como sendo produto de alta qualidade; às vezes, é até impróprio para o consumo”, afirmou o vice-presidente da entidade, Flávio Obino Filho.


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