Preocupada com os recentes casos de contaminação e mortes causadas pelo consumo de bebidas adulteradas com metanol no país, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-RS) disponibilizou, de forma gratuita, ao governo do Estado cursos sobre a falsificação de bebidas, voltado especificamente para a capacitação de agentes de fiscalização. “Essa é uma situação gravíssima, que representa uma dupla ameaça: um sério risco à saúde pública e um ataque direto ao ambiente de negócios legal e formal”, destaca o presidente da Federação, Luiz Carlos Bohn.
A capacitação inédita integra o programa de "identificação de indícios e sinais de bebidas suspeitas de falsificação, descaminhadas e fora da conformidade legal". A ação, lançada em maio, é promovida pelo Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e Bebidas em Geral do Estado (Sicabege-RS), em parceria com a Fecomércio-RS, Sindicato do Comércio Atacadista (Sindiatacadistas) e Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD).
O objetivo é promover ações de cunho educacional, orientativo e de fomento dos setores de álcool e bebidas em geral, visando combater a pirataria e oportunizar uma sólida interlocução com órgãos governamentais de fiscalização, fornecendo informações e treinamentos para os agentes públicos que atuam nessa área. Desde seu lançamento, cerca de 200 agentes, a nível municipal, já participaram de treinamentos em mais de 20 cidades. Agora, a iniciativa é disponibilizada também ao governo do Estado.
Para o presidente do Sicabege-RS, Matheus Cardoso, os recentes acontecimentos evidenciam a gravidade da adulteração e falsificação de bebidas. “Quando uma bebida é falsificada, não é apenas o mercado que é prejudicado, é a vida das pessoas que está em risco. A qualificação dos profissionais de fiscalização é fundamental para fortalecer o controle de qualidade, garantir a segurança do consumidor e preservar o ambiente de negócios legítimo e competitivo”, pontua.
Neste primeiro momento, os cursos serão ministrados virtualmente e foram disponibilizadas cinco turmas, de 250 alunos, a partir do dia 16 de outubro. “Inicialmente, vamos ofertar na modalidade a distância para chegar ao maior número possível de agentes, em virtude da urgência da situação. Mas já estamos alinhando com o governo do Estado cursos na modalidade presencial”, explica Bohn. O treinamento não terá custo e abrangerá conhecimentos sobre produção e inspeção eficaz, com foco na análise de embalagens para identificação de irregularidades.