A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu nesta terça-feira para tratar da contaminação de bebidas e alimentos por metanol. A proposta foi do vereador Gilvani, o Gringo (Republicanos) e a reunião foi conduzida pela presidente da comissão, vereadora Psicóloga Tanise Sabino (MDB). O proponente da pauta se mostrou preocupado com os casos confirmados que começaram em São Paulo e foram se espalhando pelo país.
“Para ter mais lucros, pessoas estão contaminando as bebidas para baratear a produção e ganhar em cima disso. O consumidor acha que está tomando uma bebida normal, mas em poucas horas está se sentindo mal por causa do metanol que ingeriu. Precisamos fortalecer a prevenção e a fiscalização na Capital para proteger o nosso cidadão”, lamentou.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel/RS), Leonardo Dorneles, salientou que não há casos confirmados de bebida contaminada no Estado. “O caso que foi identificado em Porto Alegre era de alguém que havia bebido em São Paulo e depois veio para o nosso Estado”. Ele disse compreender o medo da população diante das notícias, mas se mostrou preocupado com os impactos que o assunto tem trazido para a economia local.
“Nossos comerciantes estão sofrendo por algo que aconteceu em São Paulo. Eu entendo o medo da população, mas a gente tem que deixar claro para o cidadão que ele pode consumir à vontade nos comércios da cidade.” Evandro Janovik, diretor do Conselho Regional de Química, afirmou que é preciso fiscalizar a produção (fermentação) de etanol, pois a produção errada pode gerar metanol. “A fermentação correta do etanol elimina o metanol. Nós temos que fiscalizar o etanol, porque o metanol que vai pra bebida é o que está no etanol contaminado.”
Elisabete Sabka, enfermeira da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, ressaltou que não há casos de ingestão de bebidas com metanol em Porto Alegre: “Nós tivemos 10 casos de suspeita de intoxicação por metanol na cidade. Todos foram investigados e o único que realmente havia ingerido metanol foi o caso de um homem que tinha consumido bebida alcoólica em São Paulo”.
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