Fórum debate ciência, tecnologia e gestão no setor da saúde

Fórum debate ciência, tecnologia e gestão no setor da saúde

Future e Innovation Health Forum segue até este sábado no Centro de Eventos da PUCRS

Correio do Povo

Future & Innovation Health Forum (FIHF) - um dos principais eventos brasileiros voltados à integração entre ciência, tecnologia, gestão e experiência do paciente no setor da saúde

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Integrar ciência, tecnologia e gestão para discutir temas que impactam a vida dos pacientes e a sustentabilidade da saúde é o mote do Future & Innovation Health Forum (FIHF). O evento, que acontece no Centro de Eventos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) até esse sábado, dia 5. Além de tratar de desafios e inovações na área da saúde, a programação também inclui temas como pesquisa clínica, transformação digital, segurança de dados, modelos baseados em valor e captação de investimentos.

Alessandra Morelle, oncologista e coordenadora do Fórum, afirma que o evento, que está em sua segunda edição, visa consolidar na sociedade as inovações na área da saúde. "Nós tivemos um uma disrupção em várias áreas nos últimos anos, na área de transporte, área de telecomunicações, mas a área da saúde, por todas as suas características, questões de segurança, de hierarquia, ela vem recebendo esse boom de inovação mais recentemente. E existem grandes desafios que a gente precisa discutir", diz.

Entre as temáticas abordadas entre os palestrantes, com 16 eixos temáticos, foram discutidos os avanços, desafios e métodos a serem desenvolvidos em diferentes âmbitos da área da saúde, entre eles, como incorporar novas metodologias diagnósticas, como potencializar a relação médico-paciente e como melhorar as relações pessoais em um mundo cada vez mais individualizado.

"São temas extremamente atuais para conectar as pessoas de diferentes áreas da área da saúde, profissionais da tecnologia, investidores e todo esse ecossistema que lida com a saúde, para que a gente encontre soluções adequadas e que se conecte com as pessoas", complementa Morelle.

Entre as palestras, a bióloga, nutricionista e pesquisadora no hospital Santa Casa, Carmela Farias, tratou do estudo de uma inteligência artificial que tem a capacidade de apontar os riscos de desenvolvimento de câncer de mama ao longo de cinco anos. O estudo, da Santa Casa e da Procempa, foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "Os resultados do nosso trabalho mostraram que essa inteligência artificial tem uma boa acurácia para predizer aquelas pacientes que vão estar em menor e um menor risco de desenvolver câncer de mama", afirma.

"A gente já sabe que a inteligência artificial não é mais o futuro, ela já é o presente. Ela tem ganhado uma grande notoriedade na área da saúde. Tanto de situações mais 'simples', como a avaliação de dados e estatísticas, até situações bem mais complexas, como oportunidades de tratamentos e até mesmo tomadas de decisões clínicas", explica Farias.

O médico e gerontólogo Alexandre Kalache, do Rio de Janeiro, tratou de longevidade e de como ela pode impactar diferentes realidades e estruturas sociais. “Não tem nenhum país no mundo que tenha uma expectativa de vida tão baixa quanto era a mais alta há 125 anos. Eu chamo isso a revolução da longevidade. Estamos preparados? Não. Não estamos preparados”, ele afirma. O médico defende que todos devem se adaptar à longevidade, mas que questões como a estrutura social, o conhecimento e, principalmente, o capital social são barreiras a serem enfrentadas.

"As pessoas não têm dinheiro para comer brócolis na primeira semana, porque não vai sobrar dinheiro para comprar farinha na última, não vai fazer atividade física porque não tem dinheiro para uma academia, mora em uma favela que está sem calçada, não tem iluminação. As mulheres vivem num estado de sítio, não podem sair na rua porque sofrem violência. Isso tudo com componente da desigualdade que tem cor", diz.

O evento tem como público alvo médicos, farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outras especialidades da área da saúde. Na área de tecnologia, há participantes de startups que desenvolvem soluções para a área da saúde, investidores, profissionais da indústria farmacêutica e operadoras de saúde.

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