Médicos da Santa Casa de São Lourenço do Sul pedem demissão

A partir desta terça-feira, os médicos contratados para prestar serviço na Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul optaram por pedir demissão de suas funções na casa de saúde. Conforme a diretora regional do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Renata Jaccottet, isto ocorreu em função dos cinco meses de salários atrasados.

"A direção da Santa Casa enviou uma proposta que foi rejeitada pelos médicos", relata. A intenção do hospital, segundo a médica, era pagar o salário do mês de outubro nesta terça-feira e o restante em dez parcelas. "Logo, o salário teria sempre um atraso de 90 dias. A remuneração referente a março, por exemplo, seria quitada somente em julho", observa. Ela conta que os problemas relativos ao atraso no pagamento dos salários começaram em 2024. "Ninguém quer trabalhar com salário atrasado. Dificilmente alguém conseguiria se manter nesta situação por quase meio ano", relata.

Segundo Simers a dívida do hospital com os cerca de 25 profissionais, que segundo o Simers deixam o hospital, seria de cerca de R$ 3,5 milhões. Procurada, a direção da Santa Casa se manifestou por meio de nota, onde confirmou que recebeu comunicados do Sindicato e de sete médicos informando a intenção de rescisão dos contratos de prestação de serviços médicos. "Algumas especialidades terão os serviços temporariamente suspensos, como cirurgias e procedimentos eletivos que não sejam considerados de urgência e emergência, sendo estes encaminhados conforme regulação", admitiu o hospital, que confirmou que estão mantidos . Serão integralmente os serviços de pronto socorro 24hrs por dia, hemodiálise, unidade de saúde mental, clínica médica e centro de imagem. "O conselho diretor elaborou um plano de contingência interno e está trabalhando para recompor as equipes das especialidades e retomar todos os serviços o quanto antes", concluiu a nota. O hospital é referência para 19 municípios da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde.