Médicos da UPA Junção em Rio Grande devem restringir atendimentos
O Simers anunciou a medida que será válida a partir da próxima sexta-feira

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O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) anunciou que, a partir da próxima sexta=feira, os cerca de 80 médicos que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada no bairro Junção devem restringir os atendimentos no local. A medida foi tomada em razão dos constantes atrasos no pagamento dos médicos e da ausência de garantias concretas de regularização da situação por parte do IBSaúde (empresa responsável por administrar o local). Com isto, a partir da data serão atendidos no local somente casos de urgência e emergência.
A medida foi deliberada de forma unânime em assembleia, após, conforme o Sindicato, meses de negociações e promessas não cumpridas. Uma situação semelhante ocorreu no início de 2025. Ficou definido que casos de menor complexidade, como dores leves, sintomas gripais, ou seja sem risco imediato à vida devem ser tratados nas unidades básicas de saúde.
"Se a situação dos salários não for resolvida eles vão restringir o atendimento das fichas azul e verde", destaca a diretora do Simers para a região sul, Renata Jaccottet. Segundo ela, os médicos estão com reiterados atrasos nos pagamentos desde dezembro. Os valores de fevereiro, por exemplo, foram pagos parcialmente, e os meses de março e abril seguem em aberto. Além disso, há informações de ausência de contrato formal entre os profissionais e o IBSaúde.
No último dia 5, a Secretaria Municipal de Saúde informou ao Sindicato que os pagamentos da empresa estariam condicionados à entrega de documentação pendente. A Prefeitura disse que as obrigações contratuais com o IB Saúde estão em dia. Conforme a secretária municipal de saúde, Juliana Acosta, a empresa vem apresentando dificuldade de manutenção do pagamento na integralidade do serviço médico prestado na UPA e a Secretaria já notificou o IBSaúde para que responda quais medidas serão adotadas para a manutenção das obrigações, evitando restrições de atendimento.
A secretária afirma que o pagamento para a empresa é condicionado à prestação de contas. Ela garante que o que compete ao município está "assegurado". Procurado, o IBSaúde, por meio de sua assessoria disse que encaminhou um ofício aos presidentes do Simers e do Sindicato Médico de Rio Grande (Simrg), onde a empresa afirma que ainda não foi realizado pelo município o repasse de 60% do valor dos serviços ( o que deveria ter sido realizado até o último dia 15). Segundo a empresa, quando isto for realizado os médicos serão pagos.
No mesmo documento, o IBSaúde lembra que foi empenhado em julho de 2021 mais de R$ 1,6 milhão, mas que foi pago pouco mais de R$ 147 mil, para efeitos de glosa. "Até o presente momento, mesmo tendo sido autorizado o repasse em fevereiro de 2025, tais valores não foram remetidos", diz o documento.