Até 17 de novembro, a Praça da Alfândega deixa de ser apenas passagem para se tornar um território de encontro. A cada edição da Feira do Livro de Porto Alegre, o espaço se transforma em um lugar onde diferentes gerações compartilham a mesma experiência: circular entre bancas, descobrir novidades editoriais, ouvir autores e participar de atividades culturais.
Nesse período, a praça ganha nova rotina. Famílias passeiam entre estandes, jovens buscam referências, leitores assíduos procuram títulos e pessoas que raramente circulam pelo Centro encontram ali um motivo para ocupar a cidade. A Feira se torna ponto de convergência – onde interesses variados se misturam.
A programação reforça essa vocação: sessões de autógrafos, conversas com autoras e autores, oficinas, contações de histórias e apresentações artísticas. Quem prefere apenas observar o movimento também encontra espaço: bancos que apoiam leituras improvisadas, cafés temporários e encontros ao acaso.
Essa dinâmica cria convivência e circulação intensa de pessoas e ideias. É comum ver quem trabalha no Centro escolher o caminho das bancas ao fim do expediente, estudantes passando depois da aula e moradores de outras regiões visitando nos fins de semana. Cada público vive a Feira à sua maneira – e essa pluralidade dá vida à experiência.
Se a Feira atrai quem já lê, também acolhe quem está começando. Muitos chegam sem intenção de comprar; descobrem livros conversando com livreiros, explorando vitrines ou acompanhando uma atividade. A Feira funciona como porta aberta: não exige roteiro – oferece possibilidades.
Outro destaque é o ambiente democrático. A entrada é gratuita, permitindo que pessoas de diferentes perfis ocupem o mesmo espaço. Em um país no qual a leitura ainda é um desafio, ter acesso a livros, autores e atividades culturais é essencial.
A presença de escolas, grupos de leitura e famílias reforça essa dimensão. Crianças participam, jovens debatem temas atuais, adultos revisitam autores e idosos relembram antigas edições. A praça se torna espaço intergeracional.
Circular pela Feira também é experimentar o Centro sob outra lógica. A movimentação revitaliza a região, estimula o comércio, valoriza o patrimônio e abre novos olhares sobre a cidade. Ao final, cada visitante leva algo distinto: um livro, uma conversa, uma descoberta. Para alguns, é o início de uma nova relação com a leitura; para outros, a continuidade de um hábito.
É a palavra que une toda a cidade e sua gente. Nos vemos de hoje até dia 17 na Praça da Alfândega para mais este encontro.