Brasileiros longe de casa
Urge que as autoridades e aqueles que têm a responsabilidade de conduzir a economia do país tenham a sensibilidade necessária para direcionar investimentos aptos a gerar empregos e renda para todos.
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Um levantamento realizado pelo Ministério das Relações Exteriores mostra que, nos últimos 12 anos, o montante de brasileiros no exterior cresceu em torno de 38%. Em 2009, eram pouco mais de 3 milhões e, na última aferição, o total já chega a 4,4 milhões. Segundo o Itamaraty, esse número é apenas uma estimativa, já que os nacionais no estrangeiro não estão obrigados a realizar registro consular. Os dados indicam que, entre os cinco países com maior presença de brasileiros, estão os Estados Unidos, com 1,9 milhão; Portugal, com 275 mil; Paraguai, com 245.850; Reino Unido, com 220 mil; e Japão, com cerca de 206 mil.
Para o economista Riezo Almeida, uma das causas para essa evasão pode ser encontrada no baixo desempenho do PIB do país, que vem ficando aquém do esperado já há bastantes anos. Com isso, muitas pessoas acabam por buscar em outras nações as oportunidades que não encontram no território nacional. Cabe acrescentar que isso pode ocorrer tanto com a mão de obra qualificada, a chamada “fuga de cérebros”, como com os trabalhadores de baixa capacitação, que, em parte, acabam migrando em condições adversas e correndo riscos ao atravessar fronteiras de forma irregular, sujeitos a todo a diversas formas de opressão e de abusos.
Esse tipo de situação deve servir de alerta para que as autoridades e, principalmente, aqueles que têm a responsabilidade de conduzir a economia do país, tenham a sensibilidade necessária para direcionar investimentos aptos a gerar empregos e renda, bem como aportar verbas para propiciar ao Brasil criar polos de tecnologia e agregar valor à sua produção. Gerar divisas para o mercado interno e apostar em educação, entre outras áreas, podem ajudar para que muitos cidadãos e cidadãs tenham em sua pátria as oportunidades que hoje se veem obrigados a procurar fora daqui. Bom será o dia em que quem quiser ir para o exterior o faça apenas por vontade própria e não por necessidade de sobrevivência, arriscando ser vítima de crimes e de xenofobia.