Cenário de perdas a ser enfrentado
Desafortunadamente, esse episódio trágico tende a não ser isolado, demandando do poder público e das comunidades uma cultura de prevenção de forma a minimizar riscos e consequências danosas em face das mudanças climáticas
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Os gaúchos viveram uma noite de tragédia da quinta para a sexta-feira, quando um ciclone tropical trouxe enchentes para áreas urbanas e rurais, expulsando pessoas de suas casas e comprometendo a produção. Muitos tiveram que sair de seus lares só com a roupa do corpo na pressa de se salvar e salvaguardar seus familiares, indo para abrigos improvisados. Milhares ficaram sem energia elétrica, escolas acabaram fechadas, estradas tiveram bloqueios por conta de deslizamentos ou por inundações sobre pontes. Uma pessoa morreu eletrocutada e houve um acidente de trânsito com duas mortes em que a suspeita é de aquaplanagem, além de três pessoas que estão desaparecidas.
Infelizmente, tudo indica que esse episódio não será o único nem isolado. Foi nesse sentido que o Correio do Povo, no +Domingo de duas semanas atrás, alertou para o efeito de eventos climáticos como o fenômeno El Niño e o ciclone Yakecan, capazes de gerar desequilíbrios climáticos como o agora ocorrido no Estado. É preciso implementar a cultura da prevenção, identificando áreas de riscos, retirando pessoas desses lugares, realizando os avisos sobre intempéries com tempo hábil, reservando valores nos orçamentos federal, estadual e municipal, criando lugares de acolhimento adequados para evitar que haja alojamentos em locais sem nenhuma infraestrutura. Igualmente, é necessário que os moradores atendam às orientações das autoridades e não se exponham desnecessariamente.
Ao se demandar medidas de médio e longo prazos, não é possível esquecer que de forma imediata os atingidos pelas cheias carecem de assistência da sociedade e do poder público. Dessa forma, urge que todos se dirijam aos pontos mais próximos de coletas de bens e agasalhos para dar sua contribuição, bem como colaborem na forma instituída pelos órgãos estaduais e municipais. A hora agora é de solidariedade, sentimento que os gaúchos têm de sobra e que certamente resultará em ajuda concreta para ajudar aqueles que foram alvos de um desastre cujas consequências têm que ser enfrentadas com coragem e resiliência.