Educação como uma prioridade real
Cabe relembrar que as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), quando de seu lançamento, em 2014, na maior parte, remanescem sem êxito, o que configura um revés para a nação num segmento tão relevante.
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Melhorar a educação continua sendo uma pauta aventada pelos diferentes governos que têm conduzido os rumos do país há décadas. Todavia, ainda que com algumas melhorias pontuais, pode-se dizer que esses objetivos estão longe de ser alcançados. Um dos óbices diz respeito aos investimentos, que não permitem escolas mais bem estruturadas, com professores bem-remunerados, informatização e gestão técnica em sintonia com as comunidades. Para se entender a realidade atual, os números e as informações técnicas podem ajudar nesse sentido.
De acordo com um levantamento do Anuário Brasileiro da Educação Básica, lançado nesta quarta-feira pelo programa Todos Pela Educação, pela Fundação Santillana e pela Editora Moderna, o gasto médio por aluno na educação básica no Brasil permanece insuficiente. O país gastava cerca de 3,5 mil dólares por ano em 2020, enquanto a média entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) era de 10,9 mil dólares. Comparando com países da América Latina, o México despendia cerca de 2,7 mil dólares, a Argentina 3,9 mil dólares e o Chile cerca de 6,7 mil dólares. Outro ponto a ser ressaltado se refere à relação com o Produto Interno Bruto (PIB) – que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país. Os aportes em educação mantiveram-se estáveis de 2013 a 2018, chegando a 5% do PIB. A partir de 2019, as despesas tiveram redução, mas voltaram ao patamar de 4,9% do PIB em 2022. Entretanto, isso está longe de contemplar a meta prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), que é de 10%. Aliás, cabe relembrar que os objetivos do Plano Nacional de Educação (PNE), quando de seu lançamento, em 2014, na maior parte, remanescem sem êxito, o que configura um revés para a nação num segmento tão relevante.
Todos sabemos que a educação é estratégica para assegurar um futuro melhor para a população, principalmente para os jovens. Cabe colocar suas demandas no orçamento com responsabilidade e otimização dos gastos públicos no setor.