Nova operação em defesa da fauna
Esse tipo de ilícito é cruel e busca o lucro fácil para aportar recursos em outros setores do crime. Além dos exemplares traficados, a vítima é também a coletividade, que perde seus ecossistemas e seus recursos naturais.
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O modo de atuação das organizações criminosas, ao longo do tempo, vem se incrementando e incorporando novas frentes, como numa espécie de mix da criminalidade. Isso envolve conexões entre diferentes grupos e segmentos que eles consideram ramos dos seus negócios. É assim que atuam em tráfico de armas, de pessoas, de drogas, de sequestros, de assaltos a banco, de contrabando de recursos naturais e de animais. Chegam até mesmo a dividir tarefas a ponto de um agrupamento, por exemplo, ser o fornecedor de outro, seja de equipamentos, seja de armamento.
Uma das formas de capitalização, a do tráfico de animais, continua a ter lugar no Estado. Nesta terça, ocorreu a Operação Arapuca, deflagrada pela Polícia Civil do RS, para reprimir a prática de comércio ilegal de animais silvestres e condutas relacionadas com a posse ilegal de armas de fogo no Interior, mais precisamente no município de Estância Velha. Houve o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, quando foram recolhidas cinco armas de fogo, várias munições, 17 pássaros, carne de caça, troféus de caça, entre outros itens, além de duas prisões em flagrante de dois indivíduos pelo cometimento de crimes. A iniciativa foi da Delegacia Especializada de Proteção e Defesa do Meio Ambiente (Dema), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), e foi comandada pela delegada Samieh Saleh.
Esse tipo de ilícito é marcado pela crueldade e pela busca do lucro fácil, o que permite aos seus autores aportar recursos em outros setores do interesse da bandidagem. Além dos exemplares traficados, a vítima é também a coletividade, que vai perdendo seu ecossistema e seus recursos naturais. Não obstante a legislação ter ficado mais rígida nos últimos anos, a verdade é que precisamos avançar mais para conseguir desarticular esses meliantes ambientais. Mas as forças policiais estão fazendo a sua parte e a população tem de colaborar, inclusive com denúncias pontuais.