Doar sangue é doar vida

Doar sangue é doar vida

Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado nesta sexta-feira, 14 de junho, marca a atitude de quem doa o sangue utilizado no tratamento de patologias clínicas e procedimentos cirúrgicos

Correio do Povo

Em Passo Fundo, o engajamento na campanha do Junho Vermelho se desenvolve por meio de uma parceria entre a extensão da UPF e outras instituições

publicidade

O número de doadores de sangue no Brasil não chega a 2% da população, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. O ideal, de acordo com o órgão, seria de 5% de doadores. Nesse cenário, se, por um lado, há a necessidade de conscientizar mais pessoas sobre a importância de doar sangue, por outro, a data de 14 de junho reconhece aqueles que já são doadores, com o Dia Mundial do Doador de Sangue.

A doação de sangue é primordial, conforme a hematologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF), Me. Cristiane Rodrigues de Araújo, pois até o momento não foi possível desenvolver nenhuma tecnologia que produza o sangue. “O suporte transfusional de hemocomponentes é indispensável para o tratamento de várias patologias clínicas e procedimentos cirúrgicos. Todos os tipos sanguíneos são importantes, isso porque de uma única doação são produzidos até quatro hemocomponentes – concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado. A correlação do sangue com a vida está focada no binômio doador x paciente e cabe à medicina transfusional disponibilizar um trabalho de excelência nesse contexto”, avalia Cristiane.

Panorama de doações
O panorama da doação de sangue no Brasil precisa melhorar para atender à demanda. 
No estado e no munícipio, também há um número menor de doadores voluntários do que a demanda transfusional necessita. “Trabalhamos diariamente para sensibilizar a comunidade sobre a importância da doação de sangue e anualmente é feito um cronograma para intensificar as captações de candidatos à doação, em especial em períodos críticos como as férias escolares e, no Rio Grande do Sul, o inverno”, comenta Cristiane.

Assim como existe o Dia Nacional do Doador de Sangue, celebrado em 25 de novembro, foi criado um dia específico de reconhecimento do doador em âmbito internacional, dia 14 de junho, para que possam ser reconhecidos e homenageados por toda dedicação e carinho destinado aos pacientes ao longo do ano. “As homenagens se estendem por todo mês, caracterizando junho como o ‘Mês Vermelho’ ou ‘Junho Vermelho’”, conclui Cristiane.

Ações em Passo Fundo
Em Passo Fundo, o engajamento na campanha do Junho Vermelho se desenvolve por meio de uma parceria entre a extensão da UPF, por meio do programa ComSaúde, e o Serviço de Hemoterapia do HSVP, a Academia Passo-Fundense de Letras, a Secretaria de Educação e a Câmera de Vereadores. “No mês vermelho, mediante a lei número 5395 de 11 de janeiro de 2019, estão sendo realizadas inúmeras atividades nas escolas municipais direcionadas ao tema ‘doação de sangue’. São desenvolvidos trabalhos lúdicos, literários, educativos e artísticos, com o intuito de proporcionar à comunidade maior sensibilização, educação e cultura relacionada ao tema a fim de obter os doadores do amanhã.

Doação que salva vidas e promove a conscientização
Muitas pessoas almejam a possiblidade de fazer a diferença, colaborando para um mundo melhor. Para isso, muitas vezes, não são necessárias grandes obras, mas, sim, pequenas atitudes que fazem total diferença para transformar uma situação ou a vida de uma pessoa. Com o objetivo de sensibilizar crianças e jovens sobre a importância da doação de sangue, dois acadêmicos da Faculdade de Medicina da UPF organizaram o livro “O superpoder real”. 

O livro foi produzido por meio do programa ComSaúde e contou com a participação da acadêmica Débora Cristina Schuh, que escreveu a história, e do estudante Ighor Prodlik Laimer, que fez a ilustração. “O livro foi criado voltado ao público infantil, para explicar às crianças, de forma didática, um pouco sobre o que é a doação de sangue e o porquê de ela ser tão importante. Para tornar isso possível, criamos personagens que são alunos, para aproximá-los da realidade da criança, e, também, outros personagens que interpretam ‘super-heróis’, a fim de atrair a atenção dos pequenos”, relataram os estudantes.

A obra, que foi lançada em 2018, transforma o Hemozito, mascote da hemoterapia, em um super-herói. Seu superpoder é a própria doação de sangue. A história conta para as crianças que os heróis são as pessoas comuns, que nem sempre estão nos livros e filmes, mas fazem total diferença ao realizarem a doação de sangue. “Acreditamos que é a partir da infância que a temática da doação de sangue deva começar a ser introduzida, para que as crianças incentivem seus responsáveis e amigos e, além disso, tornem-se nossos doadores do futuro, os “super-heróis da vida real”, destacaram os estudantes. 

No mês de julho deste ano, as crianças e os jovens terão acesso a uma nova atividade desenvolvida pelo projeto, já que os personagens do livro “O superpoder real” vão virar um game. O jogo foi desenvolvido em uma parceria entre a UPF, a Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), a Secretaria Municipal de Educação e a Academia Passo-Fundense de Letras.  

O que precisa para ser doador?
- Ter boas condições de saúde.
- Apresentar documento oficial com foto.
- Ter entre 18 e 69 anos de idade.
- Pesar acima de 50 Kg.
- Não estar em jejum.
- Ter tido uma boa noite de sono.
- Não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação.
- Não ter fumado por pelo menos 2 horas antes da doação.
- Não ter ingerido alimentos gordurosos.

O processo de doação
O processo de doação é dividido em etapas:
1 - Cadastro.
2 - Triagem hematológica.
3 - Triagem clínica (entrevista).
4 - Coleta de sangue.
5 - Sala de lanche.

Quais cuidados devem ser tomados depois da doação?
- Ingerir líquidos em abundância nas 4 horas seguintes.
- Não realizar esforços físicos no dia da doação.
- Não dirigir ou operar máquinas nos primeiros 30 minutos após a doação.
- Evitar ingerir bebida alcoólica e consumir cigarros nas primeiras horas. 

Mitos que envolvem a doação de sangue
- O sangue emagrece ou engorda.
- Idosos não podem doar sangue.
- A doação de sangue é proibida a pessoas que usam piercing e/ou têm tatuagem.
- Quem doa sangue uma vez terá de doar para sempre, pois a doação pode “engrossar” ou “afinar” o sangue.
- Quem usa remédios contínuos não pode doar sangue.
- Não pode doar sangue no período menstrual.
- Doar sangue enfraquece o organismo.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895