Com Leticia Pasuch
Foi ao som de “Homem com H”, de Ney Matogrosso, que a segunda edição do Festival Turá, em Porto Alegre, chegou ao final nesse domingo. Ao longo de dois dias de apresentações no Anfiteatro Pôr do Sol, o evento reuniu, segundo os organizadores, mais de 20 mil pessoas.
Se no sábado, a principal apresentação da noite foi de Alcione – com direito a dueto com Lucas Silveira, da Fresno, cantando “Evidências –, no domingo, a estrela foi mesmo Ney Matogrosso. Mas para além do line-up do festival, o Correio do Povo lista alguns aspectos que deram muito certo nesta segunda edição e outros que ainda podem ser aprimorados para a próxima vez.
O QUE DEU CERTO
Pontualidade
Foi quase um relógio suíço, tamanha a precisão do início dos shows. Pode parecer pouco e pode parecer nada além do que a obrigação, mas quem já foi a outros shows sabe que não é bem assim. Ainda mais em um evento que vai do início da tarde ao fim da noite e no qual, portanto, o público vai cansando. Mostra respeito e neste sentido o Turá acertou em cheio.
Curadoria variada
A grande maioria dos festivais é voltada para um gênero de música. E mesmo em casos de eventos maiores, como um Rock in Rio, os ritmos semelhantes são colocados no mesmo dia. O Turá fez o caminho inverso. Apostou na pluralidade. Ao longo de dois dias, teve rock, pop, hip hop, MPB, tudo junto e misturado.
Distribuição de água gratuita
Não é novidade, já que na primeira edição também foi assim, mas é sempre merecedor de aplausos uma decisão como essa, que mostra preocupação com o público.
Espaços para descanso
Quem encara as mais de dez horas de shows, em algum momento cansa, é claro. E não dá para reclamar de espaços para descansar no Turá. Desde redes, até mesas com bancos e outras cadeiras estilizadas, havia opções para o público. Vale o elogio e vale também torcer para que o número aumente nas próximas edições.
Som e visão
A parte técnica do festival também merece destaque. O som estava claro e quem aprecia música conseguia distinguir o som dos instrumentos sem maiores problemas. Além disso, mesmo quem estava longe tinha uma visão perfeita do palco, que também contou com dois telões de boa qualidade.
Intérprete de libras
Nunca é demais apostar em acessibilidade. Todas as músicas eram traduzidas em tempo reais pelos intépretes. Que diga-se de passagem, eram carismáticos por si só e pareciam estar curtindo o momento como poucos.
O QUE PODE MELHORAR
Sistema de compras
O sistema de compras dentro do festival não é dos mais práticos. Em vez de pagar diretamente no caixa, a pessoa precisava comprar um cartão, que custava R$ 7, para então carregá-lo com algum valor e assim fazer o pedido. As informações sobre ressarcimento dos R$ 7 eram desencontradas e uma das opções era trocar o valor por uma garrafa de água. O que não fazia muito sentido já que a água era distribuída de forma gratuita no evento.
Espaços para proteger da chuva
Por sorte, a chuva que estava prevista para o domingo não veio. Em uma área tão grande, com capacidade para 15 mil pessoas, pelo menos algum espaço pode ter para proteger da chuva. O piso também é uma questão complexa de se resolver, mas viesse uma chuva mais forte e o segundo dia seria de muito barro.
Opções de entretenimento
Em festivais nos quais o público passa tantas horas em um mesmo espaço, ampliar as opções de entretenimento nunca é demais. É claro que no Anfiteatro Pôr do Sol não caberia uma roda gigante ou uma tirolesa, como o Rock in Rio, mas pensar em novas formas de diversão para passar o tempo é sempre salutar.