Confira três tendências que já definem o Inverno 2026 no mercado da moda

Confira três tendências que já definem o Inverno 2026 no mercado da moda

Especialista em negócios de moda revela as mensagens-chave por trás das peças que vão marcar a estação

Correio do Povo
A temporada começa a se desenhar com foco em liberdade estética, fortes emoções e reposicionamento das marcas

A temporada começa a se desenhar com foco em liberdade estética, fortes emoções e reposicionamento das marcas

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O inverno ainda nem começou, mas a moda já antecipa a próxima virada de estação. Agora é o momento ideal para analisar com atenção os movimentos que estão moldando o Inverno 2026 e decifrar como os desfiles internacionais e os lançamentos mais recentes antecipam desejos, comportamentos e novas lógicas de consumo.

Com base em uma imersão em pesquisas e eventos realizados na Europa, a especialista em negócios de moda Symone Rech, fundadora da plataforma de tendências New & Now, apresentou durante o evento Resumo da Ópera uma análise aprofundada sobre os rumos da próxima temporada.

Mais do que listar apostas pontuais, o trabalho mapeia padrões emergentes de comportamento traduzidos em forma, cor, materialidade e posicionamento estético. A seguir, confira três dos principais insights apresentados no evento, que ajudam a decodificar o cenário do próximo inverno:

1. Anti-Dress Code

O primeiro insight gira em torno da dissolução dos antigos códigos de poder na moda corporativa. A estética do “anti-dress code” emerge como resposta ao cansaço da imagem perfeita e performática.

“Em vez de parecer bem-sucedido, o desejo é parecer autêntico. O que antes era considerado desalinhado, agora é um novo tipo de refinamento”, provoca a especialista.

Blazers oversized com alfaiataria relaxada, camisas desconstruídas e tecidos com aparência amassada criam uma narrativa de elegância funcional. É o conforto elevado a símbolo de autoridade e inteligência de estilo. O styling desalinhado – que parece casual, mas é minuciosamente pensado – aponta para uma nova sofisticação que valoriza liberdade, conforto e identidade.

💡 Dica da especialista: investir em peças versáteis que transitem entre o formal e o casual, como camisas brancas repaginadas e calças folgadas com pregas amplas, pode ser uma estratégia certeira.

2. Estética do cansaço

O segundo insight revela uma geração esgotada, hiperconectada e emocionalmente exposta – e que transforma essa vulnerabilidade em potência estética. A chamada “estética do cansaço” resgata o valor da imperfeição, da nostalgia e da mistura visual como forma de expressão.

Essa tendência propõe um visual propositalmente caótico e afetuoso: mix de estampas, brilho com babados, tricôs pesados com tecidos delicados. O styling exagerado e quase poético traz à tona o desejo por narrativas pessoais, um contraponto à lógica fashionista tradicional.

“É a estética do excesso com intenção”, resume Symone.

💡 Dica da especialista: combinar elementos lúdicos e vintage com peças atemporais para criar produtos que eduquem o cliente e gerem conexão emocional. Camisetas florais, bolsas afetivas e tricôs com toque de memória são apostas seguras.

3. Rebel and Ruffle: a nova mulher romântica com atitude

No terceiro insight, Symone apresenta uma ruptura poderosa com o estereótipo da feminilidade suave. O tema “Rebel and Ruffle” traduz o desejo contemporâneo por uma identidade feminina plural, que mistura delicadeza com força, rendas com couro, babados com coturnos.

Essa rebeldia estética não é agressiva, mas sim expressiva. Vestidos fluidos são combinados com jaquetas biker desconstruídas e acessórios metálicos, criando looks onde o romântico e o resistente convivem em harmonia. “É leveza como provocação. Uma feminilidade que sobrepõe força com poesia”, destaca.

💡 Dica da especialista: para as marcas, o momento é ideal para criar peças híbridas, como vestidos estruturados com fluidez ou corsets sobre camisas amplas. A estética é impactante e ressoa com o consumidor que quer presença e complexidade visual.

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📌 Para onde aponta o Inverno 2026?

Os três temas apontados não apenas refletem o momento atual, mas também articulam respostas possíveis para as marcas que buscam relevância em meio às transformações sociais, econômicas e simbólicas que afetam o sistema da moda.

Entre o conforto autoral, o excesso emocional e o romantismo com rebeldia, a temporada se constrói menos como uma vitrine de tendências passageiras e mais como um campo expandido de significados e reposicionamentos estratégicos.

Para profissionais da indústria, a escuta atenta dessas leituras é mais do que um exercício estético – é um instrumento decisivo para construir produtos, narrativas e coleções com propósito, coerência e valor percebido em um mercado cada vez mais exigente e sensível.


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