Skincare e proteção solar na infância: saiba quando o uso é indicado
Especialista explica como os pais podem orientar e buscar as opções de produtos indicados para esta faixa etária
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Quando se fala em cuidados com a pele, automaticamente as pessoas pensam no público adulto. Apesar disso, com as redes sociais o uso de skincare por crianças e adolescentes acabou viralizando, com muitos querendo comprar novos produtos e fazer uso por conta própria, sem a supervisão de um adulto ou dermatologista.
Mas até que ponto esse interesse pode trazer benefícios e malefícios nesta fase da vida? De acordo com o farmacêutico Maurizio Pupo, professor especialista em cosmetologia, deve existir o uso do bom senso quando se fala em skincare na infância.
“O skincare dos adolescentes e das crianças deve começar desde cedo como uma forma de educá-los a cuidar da pele, lembrando que esse cuidado irá resultar em uma pele mais saudável e na prevenção de muitas doenças no futuro, como o câncer de pele, melasma e as indesejáveis manchas escuras que aparecem com a idade, além de rugas, flacidez e envelhecimento generalizado da pele”, explica.
Mas ele ressalta que, para isso, alguns cuidados devem ser tomados. “Uso de ácidos, alisantes e cremes depilatórios não são indicados para crianças e adolescentes. O tratamento com ácidos faz mais sentido a partir do início da puberdade, que se dá por volta dos 11, 12 anos, quando a pele tende a se tornar mais espessa e a produção de sebo aumentada”, orienta.
Segundo o médico, neste período, o uso de ácidos – que, na verdade, são esfoliantes químicos -, ajudará no controle e prevenção da acne e suas consequências, além de ajudar a controlar a oleosidade excessiva que, desta idade em diante, tende a se agravar.
“Ainda vale destacar que, uma vez que o hábito de tomar banho é muito popular no Brasil e que os jovens e as crianças acabam tomando banhos quentes e demorados, é fundamental o uso de hidratantes corporais pós-banho, não apenas como forma de ensinarmos para os pequeninos a importância de cuidar da pele, mas também, para manter a camada de hidratação natural nesta faixa etária”, diz Maurizio.
O especialista também reforça que o mais importante quando se fala em crianças e adolescentes são os géis de limpeza específicos para peles mais delicadas, pois são melhores do que o uso de sabonetes comuns.
“E quando se fala de pele do rosto, o uso diário de um hidratante leve e à base de água, rico em ácido hialurônico e substâncias que ajudem a proteger o DNA, como a niacinamida, além do uso diário de protetores solares que duram 12 horas e não precisam ser reaplicados, é fundamental, inclusive, pensando no hábito de uma criança ou adolescente que gosta das coisas mais práticas”, complementa.
Proteção solar na infância
O farmacêutico explica que os malefícios causados pelo sol são cumulativos, ou seja, todo o dano causado no DNA desde bebê continua armazenado no DNA, se manifestando na forma de envelhecimento precoce da pele e, principalmente, na forma de lesões cancerígenas.
“Crianças e adolescentes, além de passarem mais tempo ao ar livre do que os adultos, também ficam muito tempo expostas à luz azul e invisível, como as telas de celular, TV e computador. Toda essa radiação também penetra na pele infantil que está sem proteção e, consequentemente, irá aparecer na pele na fase adulta”, pontua.
Desta forma, o especialista indica que os pais fiquem atentos sobre quando devem iniciar a proteção solar de seus filhos. “Bebês ou crianças a partir dos 6 meses de idade já devem começar a utilizar protetores solares quando expostos à luz ou sol proposital.”
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Ele lembra que os pais sempre devem preferir uma formulação livre de conservantes e livre de fragrâncias, pois, assim, evitam em quase 100% todas as substâncias que poderiam produzir algum tipo de alergia na pele das crianças mais jovens.
Além disso, uma pessoa que inicia o uso de protetores solares cedo naturalmente irá adquirir este hábito e será um adulto treinado e capacitado para proteger a pele, sendo muito menos exposto ao temível câncer de pele.
O farmacêutico ainda explica como os pais podem escolher qual o melhor tipo de protetor solar para seus filhos. “Não existe um FPS mínimo ou máximo para crianças, até porque a pele da criança não é assim tão diferente da pele do adulto e, assim como os adultos que se expõem mais ao sol devem utilizar um protetor solar com FPS 50 no mínimo, então o mesmo é válido para as crianças sempre que expostas ao sol de maneira proposital”, finaliza.
Quando o skincare na infância requer atenção
Seguir moda de redes sociais é algo que deve ser feito com cuidado em qualquer fase da vida, seja na infância ou na fase adulta. Crianças e adolescentes que são expostas a muitos conteúdos de beleza na internet podem sofrer uma pressão estética em busca de padrões de perfeição.
Essa pressão, além de afetar a autoestima e saúde mental, pode provocar uma necessidade pela busca por produtos de beleza que são feitos, em sua maioria, para peles adultas. “Alguns ingredientes compostos nas formulações dos produtos de skincare podem causar irritação em peles mais sensíveis, inclusive de crianças e adolescentes", exemplifica.
De acordo com Maurizio, os ácidos, por exemplo, são desenvolvidos para o tratamento e correção de imperfeições – que ainda são inexistentes nesta fase da vida. Por isso, além de não existir a necessidade de uso deste tipo de produto, seu uso ainda pode comprometer a saúde da pele infantil.