A história do 1º Congresso Mundial da Raça Braford

Sonhos, para se tornarem realidade, precisam de audácia, determinação e persistência.

Ao assumir a presidência da Associação de Hereford e Braford, percebi que deveria criar um diferencial para colocá-la em destaque. Era conhecida em nosso Estado, mas dispunha de poucos recursos econômicos. E a raça Braford estava dando os primeiros passos para penetrar no centro do pais.

Podíamos promover um evento de magnitude. Tínhamos a Federação Braford Mercosul se organizando, da qual naquele momento estávamos na presidência. Assim sendo, apresentamos essa ideia para nossa diretoria, que foi recebida com surpresa. Três diretores deram apoio: O Vice-Presidente Fernando Faria, Pedro Lopes e Domingos Espírito Santo.

Foi convocada a Federação Braford, composta por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, para expormos nossa proposição, em Itaqui, na Estancia Pitanqueira. Ideia também recebida com pouco crédito. Nos deram seis meses para nos organizarmos.

A partir dai, precisávamos de pessoas capacitadas para nos ajudar. Profissionais com experiência em organizar congressos internacionais, com conhecimento técnico para escolher os temas e convidar os palestrantes de notório saber. Conseguimos o precioso apoio do Dr. René Dubois, Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, e do Prof. Dr. Lobato, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Em seis meses, com o arcabouço do Congresso pronto, partimos para Montevidéu. Ali apresentamos nosso projeto para os parceiros do Mercosul, os Presidentes das Federações da Argentina, F.Paris, do Paraguai, N. Zaballa, e do Uruguai, F. Mattos. Recebemos completa adesão.

Precisávamos de recursos financeiros. Foi pedido ao Ministério da Agricultura, que tinha nosso conterrâneo e amigo Pratini de Moraes como Ministro, e ao Conselho Nacional de Pesquisas. Obtivemos alguns apoios.

O próximo passo foi convidar Austrália e Estados Unidos. Foi vital a ajuda de nosso amigo Yan Hill, da Jacarezinho. Ele nos colocou em contato com R. Fleming, da Austrália, que logo aderiu e nos encaminhou para T. Edwards, dos Estados Unidos que, inclusive, compareceu ao Congresso. O Presidente da Braford Australiana, S. Lill, esteve presente, acompanhado com uma grande comitiva.

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O lançamento do Primeiro Congresso Mundial da Raça Braford foi em Paris na reunião anual da OIE. A mestre de cerimônias foi Renata Fan, Miss Brasil.

Os palestrantes vieram de vários países, Austrália, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos. Foram eles: L. Haffers, P. Garcia, L. Josakian, J. Fisch, T. Olson, L. Fries, N. Broring, J. Van Der Werf, B. Kinghorn, J. Elizalde, C.Solis, C. Almeida, G. Eze. Escolhidos entre os melhores do mundo.

A organização dos tours pré e pós Congresso, todos por adesão, ficaram a cargo de minha filha Astrid Martins e de seu esposo Gustavo Stumpf. Foram visitadas várias propriedades do Rio Grande do Sul e de outros locais do Brasil. As visitas técnicas pré tour, com a participação de congressistas da Argentina, Austrália, Brasil, México, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai foram realizadas em fazendas de Águas Claras, no Mato Grosso do Sul, e de Andradina, Valparaiso e Araçatuba, em São Paulo. No pós tour, em Bagé, Dom Pedrito e Uruguaiana, W. Poetter, da Guatambu, pagou o transporte rodoviário.

Como os recursos só chegaram durante o Congresso, a solução foi caseira: meu cartão de crédito.

Muito importante: os trabalhos do Primeiro Congresso culminaram com a criação da WBC - World Braford Confederation, a Confederação Mundial Braford. Seu estatuto foi consolidado na primeira reunião técnica, em Houston, Texas, onde fui eleita sua primeira Presidente. No evento foi promovido o Intercambio de Jovens e apoiada a divulgação do segundo Congresso a realizar-se na Argentina. WBC é responsável pela organização geral dos Congressos Mundiais de Braford e pela coordenação das ações conjuntas em prol da raça.

Assim foi criada a Confederação Mundial de Braford. Um sucesso internacional!

Hoje, neste Nono Congresso, quero agradecer a todos que nos ajudaram a realizar este sonho.

“Este texto, na minha opinião, é um documento importante de como Greice Martins venceu como líder em um segmento econômico na mão dos homens desde as Capitanias Hereditárias. Seu sucesso é de todos nós, mas especialmente das mulheres emprendedoras do Brasil e do Exterior”, afirma o escritor Alcy Cheuiche.