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Dia do médico: como a tecnologia e a IA têm auxiliado na prática da medicina no RS

De ferramentas para gestão até projetos em desenvolvimento para suporte em diagnósticos, a inteligência artificial começa a participar do dia a dia do médico

No Hospital Moinhos de Vento, IA é utilizada em exames de endoscopia indicam em tempo real a probabilidade de malignidade de pólipos
No Hospital Moinhos de Vento, IA é utilizada em exames de endoscopia indicam em tempo real a probabilidade de malignidade de pólipos Foto : Ricardo Giusti

Presentes em diversos momentos no dia a dia da sociedade, as ferramentas de inteligência artificial (IA) começam a surgir também como soluções de suporte para a prática do profissional da medicina, que celebra, neste sábado, o Dia do Médico. De ferramentas para gestão de pacientes e auxílio na prescrição médica, até o desenvolvimento e aplicação de instrumentos tecnológicos para aumentar a agilidade no diagnóstico de doenças e traumas, a tecnologia está cada vez mais sendo testada e utilizada na rotina de médicos no Rio Grande do Sul.

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Dentro deste tema, os principais hospitais gaúchos, públicos e privados, têm se colocado em destaque no desenvolvimento de ferramentas de IA e sua aplicação na prática. Apesar disso, instituições de saúde e entidades médicas apontam a necessidade de discussões aprofundadas sobre a popularização do uso da tecnologia, sobretudo, relacionadas à ética, à segurança de dados do paciente e à autonomia da tomada de decisões do médico.

Para o diretor-geral do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), o médico Willian Adami, o avanço da IA é uma oportunidade para aprimorar a prática da medicina e tornar o sistema de saúde mais eficiente. A própria entidade, segundo ele, tem incorporado soluções baseadas em inteligência artificial e automação para otimizar processos de gestão e aprimorar a experiência dos médicos associados com os serviços prestados pelo sindicato.

“A IA pode auxiliar tanto no diagnóstico e na interpretação de exames quanto na gestão de processos e no acompanhamento dos pacientes. No entanto, reforçamos que essas ferramentas devem ser sempre complementares à atuação do médico. A tecnologia é uma aliada poderosa, mas o olhar humano, o raciocínio clínico e a empatia são insubstituíveis na relação médico-paciente. Além disso, acreditamos que inovar na forma como gerimos o sindicato é essencial para continuarmos sendo referência entre as entidades médicas do país”, afirmou Adami.

O desenvolvimento de ferramentas de IA assertivas e seguras para a prática médica tem recebido atenção especial das operadoras de saúde. Esse é o caso da Unimed Porto Alegre, que integra um movimento estratégico do Sistema Unimed que vem ampliando seus investimentos em programas, capacitações e soluções tecnológicas voltadas à IA para o setor da saúde. De acordo com o médico Marcio Pizzato, presidente do Conselho de Administração da instituição, a cooperativa tem avançado no tema, aplicando ferramentas tanto na gestão quanto no cuidado em saúde.

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O objetivo, segundo ele, é aprimorar a experiência dos clientes e a eficiência dos processos. “No campo assistencial, desenvolvemos 28 modelos preditivos baseados em machine learning e big data, que permitem criar uma visão integrada do custo e do risco assistencial de cada paciente. Com níveis de precisão entre 75% e 95%, esses modelos orientam ações preventivas, apoiam a tomada de decisão clínica e contribuem para a eficiência e a qualidade dos serviços prestados”, apontou.

Um destes projetos é a plataforma Viver Bem Juntos, que pode ser acessada pelos clientes no aplicativo Unimed POA. Trata-se de uma ferramenta de IA voltada para promover o autocuidado, com entendimento de hábitos, rotinas e saúde de cada pessoa. “A partir daí, a plataforma sugere um caminho de bem-estar feito sob medida para cada cliente, como uma trilha personalizada. Além disso, conseguimos identificar automaticamente clientes com doenças crônicas e oferecemos a eles um acompanhamento especial”, prosseguiu Pizzato.

O médico cita que, com isso, a operadora consegue acompanhar e controlar de forma mais assertiva a saúde do cliente, resultando em um cuidado preditivo com foco na melhora da qualidade de vida e reduzindo a necessidade de tratamentos complexos no futuro. Pizzato cita ainda outro projeto desenvolvido pela Unimed POA, que foi selecionado pelo edital de inovação do Sistema Ocergs, que alia IA com o reconhecimento óptico de caracteres (OCR).

O projeto busca automatizar a leitura e processamento de pedidos de exames laboratoriais impressos e reduzir em até 60% o tempo de atendimento, além de aumentar a eficiência operacional, impactando na experiência do cliente com o serviço. “A tecnologia é um dos pilares centrais para manter a competitividade da Unimed Porto Alegre e oferecer a melhor experiência em saúde, ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade do sistema e reforça nosso compromisso com o cuidado”, afirmou Pizzato.