Doenças e sequelas da Covid no caminho dos Slaifer

Doenças e sequelas da Covid no caminho dos Slaifer

Maciel e Paulina produzem geleias e chimias diferenciadas, como a de sabor beterraba com pimenta, tendo superado (ele) sucessivas infecções por Covid-19 e (ela) procedimentos cirúrgicos em razão de um problema no pâncreas

Por
Patrícia Feiten

À frente de um negócio ainda em consolidação, o casal Maciel e Paulina Slaifer, de Encantado, gosta de surpreender o público com sabores inusitados. Neste ano, levaram para a Expointer cerca de 3,5 mil potes de doces em calda, chimias e geleias, entre as quais uma versão à base de beterraba e pimenta. Eles estrearam no evento em 2020, quando os expositores do Pavilhão da Agroindústria Familiar tiveram de fazer as vendas no modelo drive-thru em razão da pandemia de Covid-19. Para participar da mostra e garantir a sobrevivência do empreendimento, venceram uma série de obstáculos, a começar pela saúde.

Segundo Paula, agroindústria foi concluída no final de 2019. Na época, ela se recuperava de um cálculo pancreático que lhe acarretou mais de um mês de hospitalização e sucessivas cirurgias. A ideia era aproveitar a matéria-prima produzida em sua propriedade, na localidade de Linha Divertida, onde hoje o casal cultiva em torno de 4,5 mil pés de figo e 15 mil pés de morango, frutas cítricas, tomate, beterraba, pepino, pimenta e outros itens. 

Após 20 dias de atividade da agroindústria, nos primeiros dias de março de 2020, eles expuseram seus produtos na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. Na sequência, viram seu empreendimento ser paralisado pelo coronavírus. Maciel contraiu Covid-19 sucessivas vezes e ficou com sequelas da doença. “A gente sempre brinca que foram seis confirmadas (por meio de testes), mas no total foram oito”, conta Paulina.

Para a agricultora, a perseverança do casal em meio a tantas dificuldades o fez concretizar o sonho da agroindústria. Hoje, a marca Slaifer já estampa mais de 60 itens. “Este ano, quero aumentar bastante a produção de pimenta, principalmente as ardidas. Vamos ter quase 2 mil pés”, planeja Paulina. Além de participar de feiras, eles entregam encomendas a clientes na Região Metropolitana de Porto Alegre. A família abre a propriedade para visitas e, para aproveitar o fluxo de turistas na região, está construindo uma indústria de licores – especialidade de Maciel, que, segundo Paulina, já criou 27 versões da bebida.

Correio do Povo
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