Uma Copa marcada por surpresas e craques

Uma Copa marcada por surpresas e craques

Após 29 dias, acaba neste domingo no Estádio Icônico de Lusail, em Doha, o Mundial do Catar

Estádio Icônico de Lusail, em Doha, a capital do Catar, será palco da final do Mundial

Por
Maria Clara Centeno* e Chico Izidro

A Copa do Mundo de 2022 chega ao fim neste domingo após quase um mês de disputas, com a final entre França e Argentina. Apesar da estreia com derrota para a Arábia Saudita, os argentinos cresceram ao longo do torneio e tiveram, claro, Messi como destaque. Já os franceses, desembarcaram no Catar na condição de favoritos e atuais campeões e, seis jogos depois e mesmo com vários desfalques, confirmaram toda a condição de favoritismo, tendo em Mbappé sua principal figura. O craque francês e o argentino vêm sendo os melhores jogadores do Mundial.

O Marrocos também se destacou ao realizar uma campanha histórica e, em uma Copa de surpresas, tornou-se a primeira seleção da África a chegar às semifinais. Outras ‘primeiras vezes’ aconteceram. Na arbitragem, o primeiro jogo apitado inteiramente por mulheres em Mundiais e a implementação de uma nova tecnologia para verificar o impedimento. Fora dos 90 minutos, os protestos marcaram a Copa. As polêmicas do país-sede, como baixa liberdade de expressão e a falta de direitos da comunidade LGBTQIAP+ , foram alvo de manifestações, além de assuntos internacionais, como a repressão às mulheres no Irã.

Os craques

Messi e Mbappé disputam, neste domingo, além do título mundial, o prêmio de craque da Copa do Mundo. Os dois, coincidentemente, são companheiros no mesmo time, o PSG, que ainda conta com outro craque inquestionável, o brasileiro Neymar Júnior. No Catar, o argentino participou diretamente de oito gols: fez cinco e deu três assistências. O francês é, também autor de cinco gols e duas assistências, e quer levar a França a obter dois títulos seguidos, algo só alcançado pela Itália em 1934 e 1938 e pelo Brasil em 1958 e 1962.


O argentino Messi e o francês Mpappé disputam o título, a artilharia e a bola de ouro da Copa | Fotos: GABRIEL BOUYS e JEWEL SAMAD / AFP / CP

A frustração

Como acontece desde 2006, mais uma vez a Seleção Brasileira viu frustrado o sonho do hexa. A queda aconteceu nas quartas de final, e, pela quinta vez seguida, para um adversário europeu, desta vez a Croácia. O jejum chegou aos 20 anos. Tite e Neymar foram o símbolo da frustração. O treinador deixou o comando depois de sua segunda Copa seguida. O camisa 10, por sua vez, perdeu mais uma chance de conquistar o único título que não tem e, aos 30 anos, deixou em dúvida se voltará a defender a Seleção. 


Raphinha consola Neymar após a eliminação | Foto: ADRIAN DENNIS / AFP / CP

A decepção

A Bélgica foi a grande decepção da Copa, chegando ao Catar ostentando o terceiro lugar no torneio passado e vice no ranking da Fifa. Foi embora ainda na fase de grupos com uma campanha medíocre: uma vitória, uma derrota e um empate. O time contava com jogadores badalados como De Bruyne, Lukaku, Hazard e Courtois, mas não teve uma boa atuação sequer.

A zebra marroquina

No Catar as zebras proliferaram, com vitórias da Arábia Saudita sobre a Argentina, da Tunísia sobre os franceses, de Camarões contra o Brasil e os triunfos do Japão contra a Alemanha e Espanha. Mas o grande azarão foi Marrocos, primeira seleção africana a avançar às semifinais na história das Copas, atropelando pelo caminho Bélgica, Espanha e Portugal. 

Pioneirismo feminino

Pela primeira vez na história da Copa, um trio de arbitragem foi formado apenas por mulheres, no confronto Costa Rica 2 x 4 Alemanha, pela terceira rodada do Grupo E. A francesa Stéphanie Frappart foi a árbitra, com a mexicana Karen Diaz Medina e a brasileira Neuza Back como auxiliares. A canadense Kathryn Nesbitt esteve no comando do VAR.


Francesa Stéphanie Frappart foi a primeira árbitra a apitar um jogo em Copa masculina | Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP / CP

Calor no Oriente Médio

A Copa no Catar foi a primeira a ocorrer no final do ano, período em que as temperaturas são mais amenas no Oriente Médio, ainda que amenas lá signifique muito calor. Foi também a última a contar com 32 seleções, formato utilizado desde 1998, na França. A partir de 2026, no Canadá, México e EUA, mais 16 seleções se integrarão ao torneio, totalizando 48.

Protestos no campo

A Copa foi marcada por protestos contra o Catar e também serviu como espaço de manifestações contra situações de nações participantes. Os direitos LGBTQIAP+ apareceram diversas vezes: um torcedor invadiu o campo com uma bandeira arco-íris, além de uma camiseta com mensagens a favor das mulheres iranianas.


Italiano invade o gramado para protestar | Foto: ODD ANDERSEN / AFP / CP

Um VAR mais preciso

Entrou em operação na Copa o sistema de impedimento semiautomático. A ferramenta detectou a posição exata dos jogadores no momento em que tocavam a bola. Os dados eram processados em tempo real por um algoritmo de inteligência artificial, que alertava o VAR sempre que um jogador estava em posição irregular e recebia a bola.


O VAR foi mais preciso neste Mundial | Foto: REPRODUÇÃO / CP

 

*Sob supervisão de Carlos Corrêa

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895