Em meio ao debate das SAFs, Fernando Carvalho defende manutenção do Inter no modelo associativo

O ex-presidente do Inter, Fernando Carvalho, participou do painel “SAF's e a nova realidade da indústria do futebol" da South Summit Brazil, nesta quinta-feira, e defendeu a sequência do modelo associativo para a gestão colorada. 

“Eu entendo que para o Inter o melhor ainda é continuar no modelo associativo, mas aprimorando a gestão”, afirmou após o evento no palco Corner Stage, no Cais Mauá, em Porto Alegre. Influente dentro do Conselho Deliberativo, Carvalho acredita que o contexto político colorado enfrenta resistência para esse debate. 

Na palestra, ao lado do especialista em direito desportivo, Marcos Motta, Carvalho pontuou que os projetos de clubes-empresa precisam se focar em duas bases. "Na minha avaliação, esses projetos precisam ser perenes e competitivos. Como se é perene? Ganhando. Competitivo? Com boa gestão”, refletiu.

Mesmo que não veja a SAF como solução, o dirigente prega que os processos internos atuais sejam modificados. “Cuidando mais dos equipamentos e menos de contratações. Tendo uma ideia clara de como fazer os procedimentos. Criando modelos em que a profissionalização seja mais permanente”. 

O ex-presidente também sustenta que o torcedor precisa ser bem informado sobre as alterações dentro do seus clubes. “Tu não pode surpreender seu cliente. Quem é teu cliente? O sócio, o torcedor. Ele tem que estar preparado para ações que gerem um impacto negativo”. 

Para a manutenção da atual governança, Carvalho sinaliza algumas dificuldades. “Os meios associativos têm o problema da solução de continuidade no trabalho. Gestões de três em três anos. A SAF tem potencial de corrigir essas questões. Gestões que só pensam em finanças e comprometem o clube por anos”.