30 anos do Mundial: Alemães riem da altura do Grêmio na chegada ao hotel
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30 anos do Mundial: Alemães riem da altura do Grêmio na chegada ao hotel

Tarciso descreve desdém do Hamburgo e destaca humildade do tricolor em 83

Laion Espíndula / Correio do Povo

Tarciso destacou a humildade do time gremista

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O desprezo dos alemães ao Grêmio foi evidente no primeiro contato, a partir de provocações no hall do hotel em que os clubes estavam hospedados em Tóquio. Diferente do Tricolor, que viajou uma semana antes para o Japão, o Hamburgo foi ao local do jogo apenas na véspera. O ex-atacante Tarciso e alguns companheiros estavam na entrada do prédio quando a delegação europeia chegou. E a impressão não foi nada boa.

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A equipe vencedora da Liga dos Campeões tinha como principal arma a altura. Ao contrário do time gremista, que apostava suas fichas na habilidade e velocidade de jogadores de estatura mediana. Assim que viram alguns integrantes do clube gaúcho, os alemães caíram na gargalhada. "Eu estava com Caio, Osvaldo e (Paulo César) Caju no hall do hotel batendo papo. Daí os alemães chegaram, olharam para nós e começaram a rir porque a gente era baixinho. Eles eram uns baita homens", lembra Tarciso.

O Flecha Negra conta que o Caju se aproximou da delegação para defender o Grêmio. "Ele entendia um pouco alemão, porque tinha vivido na Europa e falou umas coisas por nós. Depois, ele nos contou que um dos alemães nos chamou de um 'um monte de anão'", recorda o ex-atacante.

A vitória por 2 a 1 foi um alívio para os tricolores. Com a conquista mundial, a última risada partiu dos sul-americanos. "Depois a gente perguntou se eles haviam gostado do chocolate, se iam comer no avião. Eles ficaram irritados. O problema do Hamburgo foi ter chegado com uma soberba muito grande. No futebol, a gente não pode menosprezar o adversário", observa.

Humildade e desconfiança

Se a soberba sobrou de um lado, a humildade foi o que restou ao Grêmio em território japonês. No entendimento do Flecha Negra, a vitória ocorreu graças a esse comportamento dos jogadores do Tricolor. “A gente teve a humildade de se aceitar, cada um com seu defeito ou sua virtude. Depois, a gente formou um grupo, que se tornou uma família. O time cantava a mesma música e não tinha essa coisa de A, B ou C. Todo mundo era A”, assegura.

Pouco antes da ida a Tóquio, o Grêmio organizou um jogo de despedida no estádio Olímpico, só que o time perdeu o amistoso por 1 a 0 para o Novo Hamburgo. Claro, o resultado não agradou a torcida e a desconfiança era grande em relação ao potencial do grupo montado pelo técnico Valdir Espinosa.

"Todo mundo já estava com passaporte no paletó, daí ninguém colocou o pé naquela partida. Falamos antes para o Espinosa, até porque ninguém queria se machucar e perder a viagem. Mas a imprensa e a torcida não conseguiram entender isso. A gente saiu vaiado e um pouco aborrecido daquele jogo. No aeroporto, falamos entre nós: 'Vamos voltar e os gremistas vão vibrar'".


Flecha Negra pede mais celebrações


Com 33 anos na época, Tarciso sabia que dificilmente teria uma nova oportunidade de disputar o Mundial de Clubes. Consciente disso, ele usou esse fato no discurso entre os jogadores na véspera da partida. “A emoção para mim foi o dobro, pois já estava com 10 anos de Grêmio e era a minha chance. Antes da partida, falei para todos que se tivesse que comer grama, eu ia comer. Lembro que o China, o Bonamigo, o Renato disseram com muita convicção que seríamos campeões.”

O ex-atacante só reclama de uma coisa: da falta de comemorações pelo título. Por ele, o time deveria celebrar o título todos os anos. “Quando começa a chegar o mês de dezembro, passa um filme na cabeça. E a gente vê como é difícil ser campeão mundial. Esse é um título esporádico, que não se ganha todo ano. Acho que as comemorações não têm aquele impacto, do que representa esse troféu”, finaliza.

Ouça a narração de Armindo Antônio Ranzolin pela Guaíba :





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