Inter: A cronologia das investigações que levaram a condenação de ex-dirigentes colorados
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Inter: A cronologia das investigações que levaram a condenação de ex-dirigentes colorados

Vitório Piffero Pedro Affatato foram condenados por envolvimento em fraudes

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Vitório Piffero Pedro Affatato foram condenados por envolvimento em fraudes

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As investigações que culminaram com a condenação de ex-presidente Vitorio Piffero e o ex-vice presidente, do Inter, Pedro Affatato, nesta terça-feira, começaram a ser realizadas pelo Ministério Público em 2017. As fraudes envolvem ex-dirigentes, empresários e até jogadores que na época foram contratados e repassavam valores aos homens do futebol.

Em agosto de 2017, o Correio do Povo trazia a primeira matéria sobre o caso, do repórter Fabrício Falkowski. De lá para cá, o jornal acompanhou os desdobramentos das investigações até a divulgação da sentença de condenação. Confira os principais fatos desde o começo.

2017

Em agosto, um relatório entregue pela Due Diligence, em cima da auditoria realizado pela Ernst & Young, apontou inconsistências importantes em obras realizadas no entorno do Beira-Rio durante a gestão 2015/2016.

No período investigado, cinco empresas, que variam de micro a médio porte, receberam mais de R$ 9 milhões pelas “obras”. Na época, os dirigentes do Inter, bem como os analistas da Ernst & Young, não encontraram nenhuma obra no Beira-Rio realizada no período que pudesse justificar um investimento tão grande.

Outro problema apontado pela auditoria foi a quantidade e os valores dos adiantamentos em dinheiro realizados no caixa do clube: um valor total de mais de R$ 9 milhões, em saques que chegaram a milhares de reais de cada vez. Muitos, inclusive, foram justificados depois com notas fiscais das mesmas empresas de construção civil.

Em outubro, os conselheiros colorados aprovaram, por aclamação e sob aplausos, o relatório da comissão especial de sindicância que comprovou irregularidades nas contas da gestão de Vitorio Piffero. O relatório e demais documentos foram encaminhados para a análise do Ministério Público (MP).

2018

Em outubro, o Conselho Deliberativo do Inter julgou e condenou os ex-dirigentes Vitorio Piffero, Alexandre Limeira, Pedro Affatato e Emídio Marques Ferreira por gestão irregular ou temerária. Os dois primeiros compareceram à reunião e defenderam-se diante dos conselheiros.

Piffero afirmou em sua defesa que estava sendo acusado por “não saber” dos atos praticados por seus companheiros de gestão. “Não há uma vírgula contra mim”, enfatizou Piffero, em sua defesa.

"Em uma explanação confusa, ele também levantou outras questões jurídicas, mas não entrou nas apontadas pelo relatório da comissão de sindicância que investigou a sua gestão ao longo de um ano”, relatava a matéria do Correio do Povo do dia 25 de outubro de 2018.

2019
Em janeiro. a investigação do Ministério Público avançou e revelou outros crimes cometidos na gestão de Piffero, como repasses de jogadores contratados a dirigentes. Em um dos casos, as quebras de sigilos bancários realizados pelo MP mostraram que o vice de Futebol de Piffero na época recebeu pelo menos R$ 180 mil do lateral-direito Paulo Cézar, que ficou 8 meses no Inter e não completou 10 partidas pelo clube.

O MP apresentou um relatório com 243 páginas confirmando o que já havia sido apontado pelas auditorias e pelo Conselho do Inter: um esquema de corrupção envolvendo a contratação de empresas de construção civil – desvendado em matéria do CP de agosto de 2017, que desviou mais de R$ 9 milhões do clube utilizando notas fiscais frias de empresas que sequer existiam.

O MP ainda encontrou depósitos nas contas das empresas de Affatato, como a Sinarodo, nos mesmos dias e valores dos saques que ele realizada na tesouraria do clube.

Outra fato relacionado a Affatato dizia respeito a contratação de uma empresa de viagens. A investigação do MP comprovou que a Piratini prestava serviços para a Sinarodo, que pertence ao ex-dirigente, antes de 2015.

Quando Piffero assumiu o clube, Affatato levou a empresa para dentro do Inter. Ela recebeu R$ 2.121.324,70 ao longo da gestão 2015/2016, dos quais repassou R$ 169 mil para Affatato, conforme mostra o documento do MP.

Em novembro, o MP apresentou denúncia contra Vitorio Piffero e outras 13 pessoas envolvidas. A Justiça aceitou o pedido no mesmo mês e fez Piffero e Affatato se tornarem réus.

No dia 14 de novembro, a coluna de Hiltor Mombach no Correio do Povo publicou a resposta de Piffero sobre a denúncia: “Não é verdade que sou suspeito de desvio. Nunca fui. Reviraram minha vida e nada encontraram. Fui denunciado por ser presidente no ano do rebaixamento. Não há nenhum desvio, nenhum indício de nada” afirmou o ex-presidente.

2020

Em maio, Vitorio Piffero e Pedro Affatato foram expulsos, definitivamente, do quadro social do clube.

Em junho, o MP calculou em cerca de R$ 13,1 milhões o valor desviados dos cofres do clube.
2021

Em março de 2021, os ex-dirigentes foram novamente denunciados, desta vez, pela 4ª fase da Operação Rebote. A nova denúncia foi acolhida em junho daquele ano.

2024

Vitorio Piffero e Pedro Affatato, foram condenados por estelionato, organização criminosa e, no caso do segundo, lavagem de dinheiro. Os dois dirigentes, que comandaram o clube entre 2015 e 2016, foram julgados na última segunda-feira (04/03) pela 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.

Piffero pegou uma pena de pouco mais de dez anos, somados os dois crimes, em regime fechado. Affatato foi condenado a quase 20 anos pelos três crimes. Ambos podem recorrer da decisão do juiz. Além deles, também foram condenados vários empresários dos ramos da construção civil e da contabilidade que participaram do esquema .


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