O empate diante do Pelotas mal havia começado e o São José não imaginava o prejuízo técnico que perduraria para si pelas próximas rodadas. Os dois clubes foram denunciados no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) em função das brigas entre as torcidas na primeira rodada do campeonato e a punição saiu hoje. O time de Porto Alegre foi penalizado com a perda de dois mandos de campo, mais uma multa de R$ 2 mil, enquanto o Pelotas foi apenas multado pelo mesmo valor.
O gerente executivo do São José, Nilton Batista, afirma que o resultado é inaceitável, visto que os dois clubes estavam sendo denunciados pelo mesmo artigo no TJD. O clube irá entrar com recurso amanhã. Caso seja mantida, a punição será válida a partir do próximo jogo em Porto Alegre, contra o Monsoon, pela sétima rodada. O duelo contra o Ypiranga, às 19h desta quinta-feira, segue marcado.
O jogo marca a reabertura do estádio após três rodadas do time porto-alegrense fora de seus domínios. Segundo Nilton, o clube tem diversas imagens que provam o vandalismo da torcida visitante. "Eles invadiram o espaço do estádio, área que estava interditada, antes mesmo da nossa torcida entrar. Soltaram dois foguetes antes do início da partida dentro do campo e depredaram toda a área da torcida", afirma o dirigente.
Para que o clube conseguisse retornar, o estádio Francisco Novelletto precisou passar por reformas consideráveis. Portões, grades, extintores, caixas de alarme e as arquibancadas foram alguns dos espaços que precisaram ser restaurados. O valor da obra girou em torno de R$ 30 mil e o São José busca na justiça uma reparação do prejuízo que teve.
Foi necessária uma força-tarefa para que em três dias tudo fosse consertado, até que o Corpo de Bombeiros e a Brigada Militar fizessem a liberação do laudo de segurança, que havia sido suspenso até então. Agora, ele é válido até janeiro de 2026.
Além dos danos financeiros, Nilton também reforça o que se passou dentro das quatro linhas. Na terceira rodada, no confronto diante do Inter em que era mandante, o São José precisou viajar até Novo Hamburgo para a partida, que seria no Estádio do Vale.
"Tivemos um gasto de 35 mil reais a mais do que teríamos se o jogo fosse em Porto Alegre. Além disso, jogamos em um gramado natural sendo que estamos acostumados a treinar em um gramado sintético. Mesmo sendo melhor, não conseguimos realizar nenhum treino", diz ele, que completa: "Nada disso teria acontecido se o jogo fosse no Passo D'Areia mesmo de portões fechados, que acho que seria o mais coerente no momento pela situação que estava acontecendo".
Sobre o retorno ao Zequinha para a partida diante do Ypiranga, o gerente lamenta o desequilíbrio causado na competição até aqui. "Estamos voltando de onde não devíamos ter saído para que não houvesse o desequilíbrio técnico da competição, mas infelizmente já aconteceu e agora não adianta lamentar, e sim focar na nossa recuperação dentro da competição", acrescenta.