Antes do pênalti que originou a derrota do Grêmio para o Bragantino no último sábado, um outro lance no primeiro tempo do jogo gerou uma discussão não encerrada com a decisão do campo, o apito final e nem mesmo a divulgação nesta quinta-feira dos áudios do árbitro com a cabine do VAR.
Após a CBF autorizar a divulgação de conversas em que o Lucas Casagrande não vai até o monitor, é possível ouvir os quase cinco minutos do que acontece entre o cartão vermelho dado a Kannemann e a cobrança da falta a favor do time paulista.
Gilberto Castro Jr., responsável pelo VAR, assim que o colega autoriza o reinício do jogo, adianta-se: "Possível agressão dentro da área". Ato seguinte corroborado em campo com a ação do árbitro: "Dá um soco nele sem a bola. Vou expulsar ele, tá? O contato é no rosto e não é insignificante!"
Até aí são relatos que o torcedor de qualquer time está acostumado a ver a cada final de semana desde que a ferramenta foi aplicada no Brasil. A diferença é que agora há o acréscimo dos áudios disponíveis. Só que a história continua.
Na saída para o intervalo, Pedro Henrique, jogador do Bragantino envolvido com o capitão gremista na jogada não falou em soco ou agressão por parte do adversário: "Baixei o braço do Kannemann e ele pensou que eu iria colocar o braço. Ele acabou atingindo meu rosto. Aí foi uma decisão do árbitro e do VAR."
Momentos antes do VAR tratar como "excelente a decisão", o jogador gremista teve o seguinte diálogo com o juiz.
Kannemann: "Vai tu olhar"
Casagrande: "O dia que você mandar em mim eu vou!"
Passam alguns segundos e o assoprador de apito, de 25 anos, se dirige novamente ao camisa 4, que insistia em não deixar o campo: "Eu vou ficar. Você não”. Em seguida, se dirige aos colegas: "Nós vamos ter que fazer esse cara sair”. E lhe é feita uma sugestão: "Policiamento, ué!?”.
Aos 55 minutos da segunda etapa, o Bragantino abriu o placar depois da marcação de um pênalti. Personagem da noite, Marlon que foi quem estava no lance, relembrou a partida em que o mesmo Casagrande advertiu Kannemman com cartão amarelo após reclamação por gol do Mirassol validado na Arena.
"Na expulsão do Kannemann, ele marca uma jogada onde não existe e expulsa o Kannemann, porque ele já está bravo com ele do jogo passado", disse o capitão gremista ao final da noite.
Horas depois, enquanto as imagens rodavam o noticiário esportivo, Casagrande redigiu a súmula e nela ratificou o que ele e seus colegas disseram ter visto. Horas depois, foi afastado pela CBF.
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