Às vésperas do feriado de Finados, cemitérios têm movimento fraco

Às vésperas do feriado de Finados, cemitérios têm movimento fraco

Poucas pessoas aproveitaram a manhã de sexta-feira para visitar e limpar os túmulos

Felipe Samuel

Poucas pessoas aproveitaram a manhã de sexta-feira para colocar flores nos túmulos de parentes e amigos

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Às vésperas do feriado de Finados, a movimentação nos principais cemitérios de Porto Alegre ainda é fraca. Tradicionalmente, muitas famílias aproveitam os dias que antecedem a data para limpar e enfeitar os jazigos. Como este ano não haverá feriadão, uma vez que a data cai numa quarta-feira, a expectativa é de que a presença de visitantes se intensifique no início da próxima semana. Com sol firme e temperatura elevada, poucas pessoas se arriscaram ontem a levar flores e prestar homenagem antecipada àqueles que faleceram. 

Nos cemitérios Santa Casa, São Miguel e Almas, São José, localizados na avenida Oscar Pereira, e no João XXIII, na avenida Natal, poucas pessoas aproveitaram a manhã de sexta-feira para visitar e limpar os túmulos de parentes e amigos. O motorista aposentando Inácio Costa de Mendonça, 69, encarou o sol forte para colocar três vasos de flores no túmulo da sogra, Nair, e do enteado, Marlon, ambos enterrados no cemitério da Santa Casa. Há 12 anos ele cumpre o mesmo ritual de deixar impecável o local onde descansam os dois. 

“Às vezes eu venho duas vezes por ano, depende quando é aniversário dele ou aniversário dela. Sempre acendo vela. Mas eu sempre estou aqui, todo final de ano eu venho visitar”, afirma. Para evitar frequentar o local no feriado de Finados, que normalmente registra movimento acentuado, Mendonça prefere visitar o local antes da data religiosa. E já aproveita a oportunidade para quitar a mensalidade de manutenção do local. “É importante prestar homenagem a uma pessoa da família que faleceu. Tem muita gente que enterra os familiares e deixa lá guardadinho, esquece que existe. Tem gente que abandona”, avalia. 

No cemitério João XXIII, a doméstica Eva da Rosa, 75, decorava com carinho o túmulo da amiga Assunção e do amigo Vanderlei. Residente do bairro Bom Jesus, Eva não escondia a emoção ao visitar o local. “Eles eram mãe e filho. Eram meus vizinhos e amigos de muitos anos”, afirma. Há pelo menos três décadas ela cumpre o mesmo roteiro e limpa o local antes do feriado de Finados. “Me relaciono com os filhos dela, mas não gostam muito de vir. Só eu que venho, gosto de deixar tudo ajeitadinho”, completa. 

Ela também pede para rezar pelos amigos. Ela foi uma segunda mãe para mim. E ele foi um segundo irmão. Foram muito bons”, destaca. Depois de prestar homenagens aos amigos, Eva ainda visitaria o jazigo de familiares no cemitério da Santa Casa. Analista administrativo do cemitério João XXIII, Vágner Ibias Ferreira avalia que o movimento ainda não é o esperado “A gente espera que para o fim de semana aumente bastante e no Finados também. Conforme Ferreira, antes da pandemia o movimento nos dias que antecedem o feriado de Finados costumava ser maior no local. 

“Já nos preparávamos para uma semana antes estar recepcionando todos os familiares. No dia é um movimento semelhante ao da Rua dos Andradas e da rua Voluntários da Pátria em época de Natal. É muita gente”, avalia. 

 


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