Águas do baixo Uruguai já afetam mais de 1,1 mil pessoas na Fronteira Oeste

Alertas disparados pela Defesa Civil deixam a população ribeirinha da Fronteira Oeste e Noroeste do RS apreensiva para os possíveis transtornos previstos para as próximas horas nas cidades banhadas pelo rio Uruguai e afluentes. No baixo Uruguai, São Borja, Itaqui e Uruguaiana, juntas, somam 1.121 pessoas desabrigadas ou desalojadas, além de acumularem prejuízos materiais expressivos. Em Iraí, no Noroeste do RS, o rio marcava 8,85 m, baixando, ainda dentro da cota de cheia de 8 m. A orientação, segundo Michele Laren, subcoordenadora da Defesa Civil, é para as pessoas não retornarem às moradias. Também recua em Itapiranga, Alto Uruguai, Porto Mauá. Já em Garruchos, cresce.

No baixo Uruguai, incluindo São Borja, Itaqui e Uruguaiana, segundo o coordenador regional da Defesa Civil, capitão Sandro Martins, a perspectiva para o sábado e o domingo é de avanço das águas, podendo alcançar maiores áreas do perímetro urbano das cidades. Em São Borja, o rio mede 13,05 m, sendo que a cota de inundação é de 9 m. Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Moacir Tiecher, aumentou para 379 o número de afetados pelo rio, sendo 117 desabrigados e 262 desalojados, que descartaram o aguardado retorno às moradias no final de semana.

A área mais atingida é o bairro do Passo. “Não há previsão e nem condições adequadas para volta às casas nas próximas 48 horas”, diz Tiecher. Os desabrigados estão sendo assistidos em sete locais montados pelas autoridades. Itaqui o rio marca 10,19 m, com a cota de inundação sendo de 8,30 m, crescendo 3 cm por hora. As 375 pessoas atingidas dividem-se em 65 casas volantes que precisaram ser duas vezes remanejadas e 59 fixas alagadas ou em risco. São 22 pessoas assistidas no Ginásio Castelão. As autoridades apelam para que não descumpram os isolamentos colocados em vias que estão recebendo volantes ou foram atingidas pelas águas.

Uruguaiana, com o rio medindo 9,92 m, sendo a cota de inundação de 8,50 m, e segue crescendo. Há 367 ribeirinhos dos bairros Santo Antônio, Mascarenhas de Moraes, Nova Esperança e Cabo Luiz Quevedo com algum tipo de problema em razão da enchente, a maior registrada em 2023. O 6º Batalhão de Polícia de Choque dá sequência ao trabalho junto à comunidade para arrecadar alimentos aos ribeirinhos.

Em Alegrete, o Ibirapuitã chegou a medir, no repique, 7,84 m, mas passou a reduzir o nível em 4 cm por hora, voltando a 5.01 m, considerado o nível normal. Em Barra do Quaraí, o rio Quaraí mede 8,10 m, próximo da cota de cheia 8,50 m, ainda sem danos.