Índice de inadimplência acumula 66,07% no primeiro semestre, na região do Vale do Rio Pardo

Índice de inadimplência acumula 66,07% no primeiro semestre, na região do Vale do Rio Pardo

Dados fazem parte da avaliação mensal feita pelo Sindilojas-VRP

Correio do Povo

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Um levantamento feito pelo Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz do Sul (Sindilojas-VRP) com lojistas da região, mostra que o índice de inadimplência segue crescendo no Vale do Rio Pardo. O porcentual acumulado no primeiro semestre alcançou 66,07%, índice referente ao volume de consumidores com dívidas em atraso. Entre as explicações estão a alta taxa de desemprego e o uso indiscriminado do cartão de crédito. Conforme a Boa Vista Serviços, empresa que administra dados que reúnem informações comerciais e cadastrais com abrangência nacional, há consumidores com até quatro cartões de crédito, utilizando essa modalidade de pagamento para quitar despesas mensais como água e energia elétrica.

De acordo com a coordenadora do Serviço Central de Proteção ao Credito (SCPC) em Santa Cruz do Sul, Gicele Fernandes Arruda, o índice de inadimplência na região segue em alta desde o início de 2022. No mês de março, por exemplo, foi alcançada a marca histórica de 41,83% dos consumidores com contas em atraso. “O levantamento feito agora, considerando os seis primeiros meses do ano, mostra um porcentual acumulado de 66,07%”, diz. O perfil do consumidor endividado é formado, em sua maioria, por mulheres entre 30 e 34 anos. “A renda média dos consumidores varia na faixa de um salário-mínimo”, aponta Gicele.

Conforme o presidente do Sindilojas-VRP, Mauro Spode, a tendência é de uma alta no porcentual de inadimplência, pelo menos até o fim do ano. Segundo ele, o mercado já esperava esse aumento desde o fim de 2021. “Vale ressaltar que esse ritmo de crescimento poderia até ser maior se não fosse a melhora recente observada nos números do mercado de trabalho”, destaca.

Apesar de os índices de inadimplência seguirem em alta, os dados do mês de junho, que mostram a inadimplência na casa dos 11,82% e o próprio valor acumulado do primeiro semestre, ainda continuam abaixo do porcentual do período pré-pandemia. “Embora a redução na quantidade de desempregados seja positiva, ela ainda não é suficiente para anular o impacto da inflação e dos juros elevados sobre a renda e a capacidade de pagamento das famílias. Para os próximos meses, a expectativa é de que o número de registros continue subindo”, projeta Spode.


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