Último dia do Summit in Climate Change traz debates e elaboração de carta de recomendações ao enfrentamento de mudanças climáticas e desastres

Último dia do Summit in Climate Change traz debates e elaboração de carta de recomendações ao enfrentamento de mudanças climáticas e desastres

Durante essa sexta-feira e sábado, dias 2 e 3, especialistas discutiram soluções e ações integradas para a construção de um futuro resiliente e estratégias de mitigação e adaptação

Correio do Povo
Painéis de hoje abordam mudanças climáticas relacionadas aos oceanos, à biodiversidade, à sustentabilidade planetária e à saúde animal e transição energética justa

Painéis de hoje abordam mudanças climáticas relacionadas aos oceanos, à biodiversidade, à sustentabilidade planetária e à saúde animal e transição energética justa

publicidade

O Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) reúne, neste sábado, dia 3, líderes governamentais, empresariais e comunitários, além de especialistas e autoridades internacionais, em palestras e painéis temáticos que abordaram questões relacionadas às mudanças climáticas e estratégias de mitigação e adaptação. Em meio ao um ano completo da catástrofe, o segundo e último dia do Summit in Climate Change levanta discussões sobre soluções e ações integradas para a construção de um futuro resiliente e estratégias de mitigação e adaptação.

Nomes como Rualdo Menegat, autor do Atlas Ambiental de Porto Alegre, José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o cientista Carlos Nobre e Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz e membra titular da Academia Nacional de Medicina, marcaram o primeiro dia do evento. Os painéis deste sábado, que acontecem até 19h, abordam mudanças climáticas relacionadas aos oceanos, à biodiversidade, à sustentabilidade planetária e à saúde animal; sobre a atuação da Seção Judiciária Atuação e do MPRS no desastre do Rio Grande do Sul, e sobre transição energética justa.

Adalberto Luiz Val, palestrante na mesa “Biodiversidade e Sustentabilidade Planetária” neste sábado, tratou do contraste do bioma amazônico com o desastre climático ocorrido no Rio Grande do Sul. "A gente imagina que por conta da temperatura ser alta, por conta das o que aconteceu no passado, a gente tem organismos que sejam muito resistentes a variações do clima, mas isso não é verdade. Isso é um um um engano total de muita gente", disse Val, explicando que os peixes da Amazônia, por exemplo, já vivem perto do limite térmico superior, e que pequenos aumentos de temperatura já causam mortalidade nas espécies.

"As mudanças climáticas têm muito mais efeitos sobre os ambientes em que a gente vive do que só o aumento da temperatura, ou só uma enchente, ou só a questão do aumento do CO2 na atmosfera", disse Adalberto Luiz Val

Marcia Barbosa, reitora da Universidade, contou que o evento surgiu com o objetivo de reunir autoridades de diferentes áreas para tratar das urgências das mudanças climáticas e dos desastres como um polo nucleador. “Nós temos pessoas falando de mudanças climáticas, da parte hidrológica, da sociedade, o que aconteceu com as pessoas que ficaram sem casa e como é que a gente lida com isso, sobre saúde, e não só saúde mental, mas saúde de epidemias, sobre direito. Parecem coisas distintas, mas todas se juntam em um elemento transdisciplinar, criando um amálgama de tudo isso”, disse.

O final do evento deve ser marcado pela elaboração da Carta de Porto Alegre, com recomendações baseadas na ciência de ponta para enfrentar desastres climáticos, com foco no Sul Global. O documento estará disponível on-line a partir das 19h no site oficial do evento e da Ufrgs. A carta será enviada a órgãos como o governo do Estado, a Prefeitura de Porto Alegre, ministérios, além da Casa Civil.

“A Carta de Porto Alegre vai trazer esse sumário para qualquer pessoa entender. Nós vamos divulgar, mas ela também vai ser entregue às prefeituras, ao governo do Estado, ao governo do Brasil, provocando uma série de conclusões transdisciplinares que esse evento traz”, disse. “Também é uma provocação para a própria Ufrgs, que tem políticas internas que precisam estar alinhadas com esse novo momento, em que a gente precisa lutar ferrenhamente contra as mudanças climáticas e criar uma adaptação para as coisas que vêm por aí”, completou.

A reitora ainda afirmou que encaminhou para votação do Conselho Universitário a criação de uma secretaria especial de emergência climática e ambiental, que será responsável por fazer a união de todos esses esforços na universidade e na implementação da política.

* Confira a Carta de Porto Alegre: Um chamado à ação

Veja Também


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895