1ª Caminhada Rotary chama atenção para a vacinação contra a paralisia infantil

1ª Caminhada Rotary chama atenção para a vacinação contra a paralisia infantil

Evento, junto à Orla do Guaíba, em Porto Alegre, reuniu centenas de pessoas neste domingo

Christian Bueller

Iniciativa do Distrito 4670 do Rotary chamou a atenção para a importância da vacinação

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Duas gotinhas. Esta dosagem pode salvar vidas e evitar a volta de uma doença erradicada no Brasil desde 1989. Um evento em Porto Alegre, na manhã deste domingo, marcou a luta pelo fim da poliomielite. A 1ª Caminhada Rotary, na Orla do Guaíba, reuniu centenas de pessoas com o mesmo propósito de incentivar a vacinação contra paralisia infantil. A campanha nacional de imunização terminou neste final de semana, mas as aplicações continuam nos postos de saúde.

O Distrito 4670 do Rotary, organizador da iniciativa, recebeu o apoio de rotarianos do estado e mobilizou autoridades e pessoas da comunidade no evento, que durou quatro horas e contou com apresentações artísticas e uma unidade móvel da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para as crianças que estivessem a receber a vacina. O Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda a aplicação em bebês a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade. “A paralisia infantil não tem cura, mas tem prevenção. Depois das gotinhas, não precisamos nos preocupar com o futuro, a imunidade das crianças estará garantida. Depende de cada um de nós”, pontuou a governadora do Distrito 4670, Denise Pastori.

A caminhada contou a participação do Zé Gotinha e outros personagens do imaginário infantil como a Minnie, Mickey e Patrulha Canina. A família de Gilson Hahn saiu de Imbé, no litoral norte, para estar na caminhada. Com a pequena Giovana de quatro meses a tiracolo, Maria Luisa, de 6 anos, e Pedro Henrique, de 12, ele não quis perder a oportunidade. “É importante incentivar, muitos não dão bola. A vacina pode parecer um símbolo pequeno, mas causa grande impacto na população”, afirmou. As gotinhas são a única forma de prevenção da poliomielite.

A pólio é uma doença infecciosa, paralisante e potencialmente mortal que afeta mais comumente crianças menores de cinco anos. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar). A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

Raízes da erradicação

Em 29 de setembro de 1979, voluntários do Rotary International deram as gotas da vacina oral antipólio a crianças em um posto de saúde em Guadalupe Viejo, na Filioinas. O evento aconteceu na região metropolitana da capital, Manila, e contou com a participação de rotarianos e representantes do Ministério da Saúde daquele país. O Rotary e o governo filipino se comprometeram a vacinar cerca de 6 milhões de crianças contra a pólio. A iniciativa se estenderia por vários anos e custaria cerca de US$760 mil.

O sucesso do projeto levou o Rotary a tornar a erradicação da pólio uma prioridade. A entidade lançou a campanha Pólio Plus em 1985 e foi membro fundador da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio em 1988. Mais de 2,5 bilhões de crianças em 122 países receberam a vacina oral contra a pólio.


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