Ação alerta para o descarte incorreto de lixo em contêineres de Porto Alegre

Ação alerta para o descarte incorreto de lixo em contêineres de Porto Alegre

Na Capital, somente 4,5% de todos os resíduos são reciclados corretamente, conforme DMLU

Felipe Faleiro

Por volta de 40% do lixo encontrado no contêiner era seco, índice que preocupa o DMLU

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A reciclagem do lixo em Porto Alegre é de apenas 4,5% do total recolhido, de acordo com informações do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Buscando conscientizar a população sobre a importância de descartar corretamente os resíduos, o órgão promoveu na manhã desta quinta-feira, na Praça Brigadeiro Sampaio, no Centro Histórico, uma ação de abertura de um contêiner de descarte. A ação fez parte da Semana Lixo Zero, promovida pela prefeitura.

Idealizado para receber apenas lixo orgânico, o mesmo continha cerca de 40% de lixo reciclável, o que foi lamentado pela equipe do DMLU presente no local. “Isso aqui é muito triste”, comentou o diretor-geral do órgão, Paulo Marques, enquanto os funcionários recolhiam os resíduos de dentro do objeto e colocavam em uma lona preparada para a exibição, em uma lateral da praça. Depois disto, o material que estava no contêiner foi separado.

“É um índice acima da média nacional, mas, ainda assim, muito baixo”, disse Marques, se referindo ao percentual de recolhimento. “Entendemos que precisamos de um trabalho permanente de conscientização da população, sobre a importância de separar os resíduos orgânicos dos secos já nas suas casas. Porém, trazer este conceito para a vida das pessoas é um processo bastante complicado". Conforme o DMLU, são recolhidos na Capital por volta de 1,2 mil toneladas de lixo por dia. 

Deste total, somente 50 toneladas chegam às 16 Unidades de Triagem (UTs) de Porto Alegre para reciclagem, garantindo sustento para 600 famílias. Mas o volume encaminhado às UTs, de acordo com o órgão, poderia ser até quatro vezes maior. “Isto diminuiria nosso custo com o recolhimento e o transporte até o destino final, aumentando a geração de empregos e renda a estas pessoas que dependem da triagem”, observa Marques.

Parte do problema, ainda segundo ele, decorre da ação dos catadores irregulares, que, ao separarem por si os resíduos, acabam depositando as sobras no chão, fazendo com que o trabalho das equipes seja redobrado. “Temos consciência de que, fazendo trabalhos como este, podemos aumentar este percentual que hoje é pequeno, para podermos ter uma cidade mais limpa e mais agradável de se viver. Se não houver uma parceria entre o poder público, a sociedade civil organizada e a população, é como enxugar gelo". 


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