“A gente removeu 180 toneladas de carbono”, diz fundador da Grilo, no South Summit

“A gente removeu 180 toneladas de carbono”, diz fundador da Grilo, no South Summit

Startup participou do painel “O Futuro da Mobilidade e o Impacto nas Mudanças Climáticas Globais” no evento.

Kyane Sutelo

Carlos Novaes, apresentou a visão de negócio sustentável da startup Grilo, no evento.

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A startup de mobilidade urbana Grilo nasceu em Porto Alegre mas, nesta quarta-feira, apresentou para o mundo sua visão de sustentabilidade, na programação do South Summit Brazil. O fundador da empresa que aposta em trajetos curtos com carros elétricos, Carlos Novaes, foi um dos painelistas que debateu “O Futuro da Mobilidade e o Impacto nas Mudanças Climáticas Globais”, no primeiro dia do evento, no Demo Stage, no Cais Mauá. “A gente já tirou de carbono o equivalente ao plantio necessário de quase 2 mil árvores. A gente removeu 180 toneladas de carbono”, disse o fundador da Grilo, na ocasião.

Para Novaes, o debate sobre os impactos do modelo tradicional de transporte deve ser ampliado com urgência. Também painelista, Eduardo Baltar, CEO da Ecofinance Negocios, trouxe para o debate dados que mostram a contribuição da mobilidade para a emissão de gases prejudiciais ao planeta. Conforme Baltar, o transporte é responsável por 15% das emissões mundiais e 10,5% das nacionais. Das emissões no país, 92% é baseada no transporte terrestre. De acordo com levantamento de emissões de carbono da Ecofinance, em 2022, “66% das emissões da cidade de Porto Alegre estão baseadas no transporte”, detalhou Baltar.

O empresário da Grilo avalia que é preciso começar a implementar as mudanças agora, para que ocorra um avanço gradual até 2050. Novaes acredita que as melhorias passam pelo formato escolhido pela sua startup. “A mobilidade elétrica, a Grilo entende que, no momento, é a matriz correta para a gente descarbonizar dentro dos centros urbanos. Olhando para quem? Para o cidadão”, afirmou. A mediadora do painel, Luciana Marson Fonseca, diretora do Instituto Cidades Responsivas, destacou que o foco no cidadão traduz uma cidade responsiva. “É uma cidade que usa a tecnologia da cidade inteligente, mas tem o protagonismo dos usuários”, explicou. Segundo ela, o foco da tecnologia responsiva são os dados abertos e em tempo real, e o aplicativo Waze exemplifica bem o tema.

Sobre o foco na mobilidade elétrica, o diretor de Tecnologia e Inovação de Produto das Empresas Randon, Cesar Ferreira, defendeu o meio termo: veículos híbridos. Segundo ele, há estudos que mostram que o processo de eletrificação pode ser menos “limpo”, emitindo mais gases prejudiciais ao meio ambiente, do que a emissão de um veículo híbrido, que possui um motor a combustão, movido a etanol. O importante, para o diretor, é focar na matriz energética do país. Para Ferreira, “O Brasil é o país da hibridização com combustível biológico, biocombustível”, avaliou. O diretor executivo de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras, Rafael Chaves Santos, concorda que o Brasil tem “vocação” para biocombustível, mas avalia que é uma mudança gradual, minimizando o dilema entre eficiência econômica e sustentabilidade.


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